Governo mais deficitário desde 1994 ignora medidas necessárias para recuperação
Crise fiscal: gasto primário federal cresce 12% em 2023/2024 e governo falha em ações necessárias.
Brasil Enfrenta Déficit Fiscal Histórico
O Brasil está se encaminhando para o período de governo mais deficitário desde a estabilização econômica de 1994. As projeções indicam um déficit nominal médio de 9% do PIB nos próximos quatro anos, conforme dados do boletim Focus, do Banco Central. Esse cenário é alarmante, especialmente quando se considera a evolução das Necessidades Nominais de Financiamento do Setor Público ao longo dos anos.
- 1995/1998: 6,0%
- 1999/2002: 4,0%
- 2003/2006: 3,8%
- 2007/2010: 2,6%
- 2011/2016: 5,5%
- 2017/2018: 7,4%
- 2019/2022: 7,0%
- 2023/2026: 8,6%
Promessas Fiscais e Realidade Econômica
Durante a campanha de 2022, o presidente Lula evitou detalhar suas propostas fiscais, confiando na experiência de seus oito anos de governo anterior para conquistar a confiança da população e dos mercados. No entanto, a realidade encontrada em 2023 foi bem diferente, com uma queda na receita e um aumento nos gastos, agravando a situação fiscal do país.
Em contraste com o superávit primário de 3,2% do PIB registrado em 2003, o Brasil enfrentou um déficit de 2,3% do PIB em 2023. Mesmo excluindo despesas extraordinárias, o déficit ainda seria de 1,4% do PIB, o que representa uma deterioração significativa em comparação ao início do governo anterior de Lula.
Desafios Fiscais e Perspectivas Futuras
A crise fiscal atual é resultado de um aumento real de 12% nos gastos primários federais entre 2023 e 2024, enquanto o governo hesita em implementar as medidas necessárias para reverter essa tendência. A insatisfação com a trajetória fiscal sob a administração de Lula levanta preocupações sobre o futuro, especialmente com a possibilidade de um novo mandato.
O político Ulysses Guimarães costumava alertar sobre a deterioração da qualidade da legislatura, e a situação fiscal atual pode ser um prenúncio de desafios ainda maiores no futuro. A política econômica de Lula, se mantida, pode levar o país a um beco sem saída entre 2027 e 2030, revelando que seu sucesso anterior pode ter sido mais influenciado por fatores externos do que por sua própria habilidade política.
Fonte por: Estadao
Autor(a):
Redação
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