Haddad afirma que “Brasil criou paraísos fiscais na economia interna”

Ministro da Fazenda critica isenção a fundos familiares e afirma que reforma corrige “jabuticaba” do sistema tributário.

10/10/2025 17:15

2 min de leitura

Haddad afirma que “Brasil criou paraísos fiscais na economia interna”
(Imagem de reprodução da internet).

Haddad Critica Paraísos Fiscais na Economia Brasileira

Fernando Haddad, ministro da Fazenda, declarou na sexta-feira (10 de outubro de 2025) que o Brasil criou “paraísos fiscais dentro da sua própria economia”, referindo-se à isenção de impostos sobre fundos fechados familiares. Durante um evento em São Paulo, ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Haddad afirmou que essa prática beneficiava apenas os mais ricos.

O ministro destacou que a mudança na política tributária, aprovada pela Câmara na reforma do Imposto de Renda em 1º de outubro, representa um avanço nas reformas iniciadas em 2023. Ele enfatizou que a não taxação desses fundos era uma anomalia exclusiva do Brasil, que protegia os interesses das elites.

Críticas ao Sistema Tributário Brasileiro

Na cerimônia, Haddad criticou o sistema tributário atual, que, segundo ele, penaliza mais os consumidores e as pessoas de baixa renda. O ministro mencionou que a reforma tributária de 2023, que isenta trabalhadores que ganham até R$ 5.000, também busca cobrar impostos de quem mantém recursos em paraísos fiscais, tanto no exterior quanto no Brasil.

A primeira parte da reforma tributária do governo Lula, aprovada em 2023, foca na simplificação da cobrança de impostos sobre o consumo, reduzindo o número de tributos. As novas medidas ainda estão em fase de regulamentação e a reforma do Imposto de Renda precisa ser aprovada pelo Senado.

Novo Modelo de Crédito Imobiliário

O evento também marcou o anúncio de mudanças no crédito imobiliário, com um novo modelo que aumenta o teto de financiamento pelo Sistema Financeiro da Habitação (SFH) de R$ 1,5 milhão para R$ 2,25 milhões. Essa medida visa facilitar o acesso ao crédito habitacional para famílias com renda de até R$ 12.000.

De acordo com o ministro das Cidades, Jader Filho, muitas dessas famílias não se enquadram no programa Minha Casa Minha Vida e enfrentam dificuldades para arcar com os juros do mercado. A reforma do crédito imobiliário faz parte de um ciclo de transformações no sistema financeiro que começou em 2023, com implementação gradual prevista até 2026.

Funcionamento do Novo Programa de Poupança

O governo introduziu o programa de “modernização da poupança”, que altera a obrigatoriedade de destinar 65% dos recursos da poupança para crédito habitacional. A seguir, alguns pontos principais do novo modelo:

  • Transição gradual: a obrigatoriedade será eliminada gradualmente, começando em 2025 e finalizando em janeiro de 2027;
  • Fim da obrigatoriedade: a regra de direcionamento fixo de 65% da poupança para crédito habitacional será revogada;
  • Oferta de crédito: os bancos poderão combinar recursos da poupança com dinheiro do mercado financeiro, permitindo maior flexibilidade;
  • Limite ampliado: o valor máximo do imóvel financiado pelo SFH aumentará para R$ 2,25 milhões;
  • Depósitos interfinanceiros: serão utilizados para impulsionar o crédito habitacional.

Durante a transição, o volume de depósitos compulsórios no Banco Central será reduzido de 20% para 15%, e os 5% liberados serão aplicados no novo regime, enquanto os 15% restantes continuarão para operações livres.

Fonte por: Poder 360

Autor(a):