Instituto anuncia recurso contra decisão do Cade que aprova United Airlines na Azul

Azul afirma que não irá se manifestar após ser procurada

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(Imagem de reprodução da internet).

IPS Consumo Recorrerá ao Cade Contra Aquisição da Azul pela United Airlines

O Instituto de Pesquisas e Estudos da Sociedade e Consumo (IPS Consumo) anunciou que irá recorrer ao plenário do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) em relação à decisão que autorizou a United Airlines a adquirir uma participação minoritária na Azul. A presidente do IPS, Juliana Pereira, destacou que o processo pode resultar em prejuízos para os consumidores e que não houve a discussão adequada sobre o tema.

Detalhes do Acordo entre United Airlines e Azul

De acordo com o acordo, a United Airlines se compromete a investir cerca de US$ 100 milhões em ações ordinárias da Azul, garantindo um assento no conselho de administração da companhia brasileira. No entanto, a United já participa do conselho da Gol, que é uma concorrente direta da Azul, o que levanta preocupações sobre a concorrência no setor aéreo brasileiro, segundo o IPS.

Pereira enfatizou a necessidade de um debate público sobre a situação, questionando a possibilidade de uma mesma empresa estar presente nos conselhos de duas concorrentes, o que poderia comprometer a integridade do mercado. Ela também criticou a rapidez com que a aprovação do acordo foi realizada pela Superintendência-Geral do Cade, que ocorreu apenas 15 dias após o início do processo.

Pedido de Intervenção do IPS

O IPS protocolou um pedido para atuar como terceiro interessado no dia 30, mas a Superintendência-Geral do Cade afirmou que não havia registros de tais solicitações no parecer que aprovou o ato de concentração. Pereira declarou que o instituto irá apresentar um recurso ao plenário, pois acredita que a decisão deve ser revisada.

Contexto das Relações entre Azul e Gol

As preocupações do IPS estão inseridas em um contexto mais amplo de interações entre as companhias aéreas Azul e Gol. As duas empresas tentaram realizar uma fusão, que foi cancelada em setembro, mas operaram em regime de “codeshare” por quase um ano, permitindo a venda cruzada de bilhetes e a integração de suas malhas aéreas, além dos programas de fidelidade.

Pereira ressaltou que, mesmo após a desistência da fusão, os consumidores foram prejudicados durante o período em que as companhias atuaram como se fossem parceiras. A Azul, por sua vez, não se manifestou sobre o assunto quando contatada.

Fonte por: Estadao

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