Investigação da Ultrafarma surge com o aumento de patrimônio da mãe de fiscal

Dono de empresa farmacêutica envolvido em esquema para liberar créditos tributários de forma irregular, conforme denúncia do Ministério Público.

12/08/2025 17:54

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Investigação da Ultrafarma surge com o aumento de patrimônio da mãe de fiscal
(Imagem de reprodução da internet).

O Ministério Público de São Paulo iniciou nesta terça-feira (12.ago.2025) uma operação contra um esquema de propina envolvendo a liberação indevida de créditos tributários. A investigação teve origem na identificação de um crescimento significativo do patrimônio da empresa Smart Tax, pertencente ao pai de um auditor fiscal da Fazenda paulista. O patrimônio declarado pela companhia subiu de R$ 411 mil em 2021 para R$ 2 bilhões em 2023.

A operação levou à prisão do proprietário da Ultrafarma, Sidney Oliveira, e de um executivo da Fast Shop, além de auditores fiscais. Foram cumpridos três mandados de prisão e dezenove de busca e apreensão em cidades como São Paulo, Ribeirão Pires e São José dos Campos.

O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) aponta que o auditor fiscal Artur Gomes da Silva Neto coordenava o esquema, orientando empresas e elaborando a documentação necessária para solicitar o ressarcimento de créditos tributários à Secretaria da Fazenda. A Smart Tax, empresa registrada em nome da mãe do auditor, era utilizada para receber os valores.

A quebra do sigilo fiscal revelou transferências que ultrapassaram R$ 1 bilhão da Fast Shop para a Smart Tax. O Ministério Público informou que a empresa começou a receber dezenas de milhões de reais da varejista a partir do segundo semestre de 2021, quando iniciou suas atividades operacionais.

O promotor de Justiça João Ricupero, do MP-SP, declarou: “Nossa percepção é que outras grandes empresas do setor varejista também podem ter se valido do mesmo esquema para conseguir a liberação desses créditos tributários”. Ele também afirmou que a Smart Tax era uma empresa de fachada: “Só a mãe do fiscal, que não tinha formação técnica para atuar nessa área de tributação, era funcionária”.

A investigação indica a participação de mais dois auditores fiscais nas atividades ilícitas. Um deles se aposentou em janeiro de 2025 e outro teve sua prisão solicitada após a execução dos mandados de busca e apreensão.

A Justiça também ordenou a prisão de duas pessoas suspeitas de colaborar na lavagem de dinheiro do esquema. Na residência destes indivíduos foram apreendidos sacos de pedras preciosas e mais de R$ 1 milhão em dinheiro, conforme informações preliminares.

A acusação pública do estado de São Paulo ainda não informou o número de empresas envolvidas no esquema além da Fast Shop e Ultrafarma. Constataram-se registros de trocas de e-mails entre o auditor fiscal e outras empresas, porém a instituição não divulgou nomes ou a quantidade de empresas envolvidas, devido ao andamento das investigações.

A Fast Shop declarou em nota que “ainda não teve acesso ao conteúdo da investigação e está colaborando com o fornecimento de informações às autoridades competentes”.

Fonte por: Poder 360

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