Investigação revela acusações de corrupção passiva contra deputados do PL com orçamento secreto
STF analisará Josimar Maranhãozinho e outros deputados por suposta cobrança de propina em emendas a São José do Ribamar (MA)
Deputados Federais Envolvidos em Esquema de Desvio de Emendas Parlamentares
Os deputados federais Josimar Maranhãozinho (PL-MA), Pastor Gil (PL-MA) e o suplente Bosco Costa (PL-SE) são réus em um caso de desvio de emendas parlamentares e serão julgados pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A acusação envolve um esquema de corrupção que teria ocorrido entre janeiro e agosto de 2020.
Julgamento e Denúncias
No dia 27, o ministro Cristiano Zanin solicitou ao ministro Flávio Dino que agendasse o julgamento dos réus. Este será o primeiro caso de desvio relacionado ao orçamento secreto a chegar à fase final no STF. A Procuradoria-Geral da República (PGR) alega que os parlamentares faziam parte de uma organização criminosa e solicitaram R$ 1,67 milhão em propina ao então prefeito de São José do Ribamar (MA), Eudes Sampaio.
Em troca, o município receberia R$ 6,67 milhões em emendas de saúde indicadas pelos deputados. As investigações da Polícia Federal (PF) indicam que Josimar Maranhãozinho era o líder do grupo e responsável por coordenar as ações, enquanto Bosco Costa utilizava contas de familiares para movimentar valores relacionados ao esquema.
Ameaças e Coação
A PF também revelou que o grupo ameaçava prefeitos, criando um ambiente de coação para garantir o pagamento das propinas. Conversas entre Pastor Gil e Josimar Maranhãozinho evidenciam essa prática. Em novembro, a PGR pediu a condenação dos réus e a perda dos mandatos.
Defesas e Alegações
Os advogados de Bosco Costa solicitaram a desconsideração das provas obtidas pela PF, alegando ilegalidade e pedindo sua absolvição. Eles argumentam que a acusação se baseia em um valor de R$ 75 mil, que não comprova crime. Por outro lado, a defesa de Josimar Maranhãozinho afirma que a Controladoria-Geral da União (CGU) não encontrou relação entre o parlamentar e os repasses investigados.
Além disso, outros réus na ação incluem Thalles Andrade Costa, João Batista Magalhães, Adones Gomes Martins, Abraão Nunes Martins Neto e Antônio José Silva Rocha, sendo que alguns ainda não apresentaram alegações finais. O ministro Zanin prorrogou o prazo para essas manifestações por mais cinco dias.
Fonte por: Estadao
Autor(a):
Redação
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