O ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu, declarou que “isolar a extrema direita” é um passo fundamental para a proteção da soberania nacional. Ele complementou que as sanções impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (Partido Republicano), ao Brasil, contam com o apoio do grupo político, “única interessada e, na verdade, coautora” da medida.
Segundo Dirceu, “a única coisa que realmente interessa à extrema direita é livrar Jair Bolsonaro do julgamento pelo Supremo Tribunal Federal e da prisão definitiva”.
As declarações foram feitas em artigo publicado na sexta-feira (10.ago.2025) na revista Teoria e Debate, do Diretório do PT de São Paulo.
Dirceu declarou que o republicano americano defende que a impunibilidade do ex-presidente brasileiro só se aplica para evitar que o próprio estabeleça um precedente que possa ser utilizado contra si ao deixar o cargo.
O ex-ministro também atribuiu as sanções a interesses econômicos ligados ao setor de tecnologia dos EUA. “O que realmente irrita Trump é a possibilidade de o Brasil tornar inútil os cartões de crédito e outros meios de pagamento digitais adotados por empresas norte-americanas, daí sua briga contra o Pix brasileiro, e a possibilidade de regular e taxar as plataformas digitais”, afirmou. Ele disse ainda que “as chamadas big techs apoiam fortemente o presidente norte-americano”.
Para Dirceu, o Brasil deve prosseguir com as negociações para evitar novas sanções da Seção 301, mas sem adotar uma postura defensiva. Ele defendeu que, além de buscar responsáveis pela situação, o país aproveite a crise e não se restrinja a reações protetivas, como frequentemente acontece.
O ex-ministro mencionou o manifesto “Unidade em Defesa do Brasil”, divulgado por partidos como PT, PC do B, PSB, PDT, Psol, Rede e PV. Ele afirmou que o texto demonstra que “defender a nossa pátria e sua soberania é condição de ser brasileiro” e que “a taxação imposta por Trump vincula-se ao seu apoio político à impunidade de Bolsonaro e dos demais traidores da pátria”.
Dirceu também comentou sobre a relevância do evento convocado pelo grupo suprapartidário Direitos Já! Fórum pela Democracia, com data marcada para 15 de setembro em São Paulo, como um momento para fortalecer a união política. Ele argumentou que o governo deve utilizar essa mobilização social para progredir em temas como “a reforma tributária e a revisão das renúncias fiscais”, além de investir em “segurança pública, infraestrutura e avanço tecnológico” para aumentar a competitividade do país.
Fonte por: Poder 360