Itália detém nove suspeitos de financiar o Hamas com entidades de caridade

Investigação revela desvio de 7 milhões de euros destinados a fins humanitários; presidente de associação pró-Palestina em Gênova é detido.

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A primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, recebe o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, no Palácio Chigi, antes de reunião em Roma

A primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, recebe o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, no Palácio Chigi, antes de reunião em Roma

Prisão de Suspeitos de Financiar o Hamas na Itália

No último sábado (27), promotores italianos anunciaram a prisão de nove indivíduos suspeitos de financiar o grupo terrorista Hamas através de instituições de caridade na Itália. A operação foi realizada por unidades antimáfia e antiterrorismo, com o apoio de órgãos de investigação de outros países da União Europeia.

Acusações e Desvios de Recursos

De acordo com a Promotoria de Gênova, os detidos são acusados de pertencer ao Hamas ou de financiar suas atividades, uma organização considerada terrorista pela União Europeia. As investigações revelaram que cerca de 7 milhões de euros (aproximadamente R$ 45 milhões) destinados a fins humanitários foram desviados nos últimos dois anos para entidades ligadas ao grupo. Além disso, a polícia apreendeu bens avaliados em mais de 8 milhões de euros.

Detalhes da Operação

Entre os presos está Mohammad Hannoun, presidente da Associação de Caridade em Solidariedade com o Povo Palestino, localizada em Gênova. Os investigadores descobriram que ele mantinha contatos frequentes com representantes de organizações semelhantes em países como Holanda, Áustria, França e Reino Unido, além de ter relações com membros de alto escalão do Hamas. Interceptações telefônicas indicam a existência de uma rede internacional de arrecadação de recursos disfarçada de ações beneficentes.

Cooperação Internacional e Resultados

A investigação começou após a identificação de transações financeiras suspeitas e avançou com a colaboração de autoridades estrangeiras, sob a coordenação da agência judicial europeia Eurojust. As autoridades italianas afirmam que os repasses eram realizados por meio de transferências bancárias e outros mecanismos para associações no exterior, algumas delas localizadas na Faixa de Gaza.

Reações e Contexto Atual

A primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, elogiou a operação, descrevendo-a como “particularmente complexa e importante” por expor o financiamento do Hamas através de supostas organizações de caridade. O ministro do Interior, Matteo Piantedosi, destacou que a ação revelou atividades que, segundo ele, ocultavam apoio a organizações terroristas.

Esse caso surge em um momento de intensificação das tensões relacionadas à guerra entre Israel e o Hamas. Desde o ataque do grupo ao sul de Israel em 7 de outubro de 2023, que resultou em cerca de 1.200 mortes, Israel tem conduzido uma ofensiva militar na Faixa de Gaza. De acordo com o Ministério da Saúde local, mais de 71 mil pessoas morreram no território palestino desde o início do conflito.

Fonte por: Jovem Pan

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