Japão solicita apoio militar dos EUA na disputa com a China

Ministro da Defesa japonês e secretário de Guerra dos EUA dialogam por telefone nesta sexta-feira (12.dez).

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Na imagem, o ministro da Defesa do Japão, Shinjiro Koizumi, durante a ligação

Na imagem, o ministro da Defesa do Japão, Shinjiro Koizumi, durante a ligação

Japão e EUA discutem crise com a China

O ministro da Defesa do Japão, Shinjiro Koizumi, contatou o secretário de Guerra dos Estados Unidos, Pete Hegseth, na sexta-feira (12 de dezembro de 2025) para solicitar apoio em meio à crescente tensão entre Japão e China. A conversa centrou-se nos recentes exercícios militares chineses realizados nas proximidades do território japonês.

De acordo com os comunicados oficiais dos governos japonês e norte-americano, ambos concordaram que as operações militares da China representam uma ameaça à paz na região asiática. Durante a conversa, também foi abordado o aumento dos gastos de defesa do Japão e o fortalecimento de sua presença militar.

Diferenças nas declarações oficiais

Apesar do alinhamento entre os dois países, as declarações sobre a conversa telefônica apresentaram nuances distintas. O comunicado do Ministério da Defesa do Japão foi mais contundente em relação à China, mencionando especificamente o incidente de 6 de dezembro, quando caças chineses miraram mísseis em aeronaves japonesas. O tom da conversa foi descrito como de “séria preocupação”.

Nota do governo japonês:

“Em 12 de dezembro, o Ministro da Defesa Koizumi realizou uma teleconferência com o secretário de Guerra dos EUA, Hegseth. As autoridades trocaram opiniões francas sobre a crescente gravidade da situação de segurança na região do Indo-Pacífico, incluindo o incidente com radar contra aeronaves das Forças de Autodefesa do Japão disparado por aeronaves militares chinesas em 6 de dezembro. As autoridades expressaram séria preocupação com quaisquer ações que possam aumentar as tensões regionais, visto que as ações da China não contribuem para a paz e a estabilidade regional.”

Por outro lado, a nota dos EUA teve um tom mais neutro, enfatizando a importância da aliança com o Japão, mas sem adjetivar as ações chinesas.

Nota do governo norte-americano:

“O secretário de Guerra dos EUA, Pete Hegseth, conversou hoje com seu homólogo japonês, o ministro da Defesa Shinjirō Koizumi. Os dois líderes discutiram os esforços do Japão para aumentar seus gastos com defesa e fortalecer suas capacidades, as atividades militares da China e a importância de treinamentos e exercícios realistas em todo o Japão.”

Incidente militar e suas consequências

O incidente mencionado no comunicado japonês ocorreu em 6 de dezembro e intensificou a crise diplomática entre China e Japão. Durante um exercício militar chinês próximo à ilha de Okinawa, aeronaves militares japonesas foram avistadas na área, levando os caças chineses a realizar a “iluminação de radar” em direção aos aviões japoneses.

A versão japonesa afirma que seus caças foram enviados para investigar a operação, que não teria sido previamente comunicada pela China. Em contrapartida, Pequim divulgou um áudio que mostra o momento em que o exercício foi anunciado a uma embarcação japonesa, que teria dado autorização para sua realização.

Os chineses alegam que o Japão é responsável pelo incidente, afirmando que os caças japoneses foram enviados ao local com a intenção de “causar tensão”. Na terça-feira (9 de dezembro), a China também conduziu um exercício militar em cooperação com a Rússia, envolvendo o uso de caças.

Fonte por: Poder 360

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