Justiça confirma prisão de Bolsonaro após audiência de custódia

Ex-presidente permanecerá preso na Superintendência da Polícia Federal em Brasília, em uma sala de Estado.

23/11/2025 14:10

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Prisão de Jair Bolsonaro é homologada após audiência de custódia

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) teve sua prisão homologada durante uma audiência de custódia realizada no início da tarde deste domingo. Ele permanecerá detido na Superintendência da Polícia Federal em Brasília, em uma sala reservada para autoridades. A decisão foi tomada pela juíza Luciana Yuki Fugishita Sorrentino, auxiliar do ministro Alexandre de Moraes.

Durante a audiência, Bolsonaro relatou ter passado por um “surto” e negou qualquer intenção de fuga. Ele mencionou ter tido uma “alucinação” sobre a presença de escutas em seu equipamento eletrônico e revelou que começou a tomar sertralina, um antidepressivo, cerca de quatro dias antes de sua prisão.

O ex-presidente também afirmou que não recebeu ajuda de ninguém e que não houve testemunhas da tentativa de violação de sua tornozeleira eletrônica. Ele alegou que já possuía um ferro de solda, equipamento que foi utilizado na tentativa de adulteração.

Condições da detenção e medidas de segurança

Bolsonaro está detido em uma sala de Estado na Superintendência da Polícia Federal, um espaço reservado a autoridades, como já ocorreu com outros ex-presidentes. A decisão de Moraes inclui a determinação de atendimento médico contínuo ao ex-presidente e proíbe o uso de algemas ou exposição pública durante a detenção. Todas as visitas devem ser autorizadas pelo STF, exceto as de advogados e médicos.

O ex-presidente admitiu ter tentado violar a tornozeleira eletrônica com um ferro de solda na madrugada de sábado (22), e a perícia confirmou marcas de calor no dispositivo. A tentativa de adulteração e o risco de fuga foram fatores que influenciaram a decisão de decretar a prisão preventiva, que não implica no início do cumprimento da pena de 27 anos e 3 meses a que foi condenado em setembro.

Condenação e reações à prisão

Em 11 de setembro, Jair Bolsonaro e seus aliados foram condenados por crimes relacionados à tentativa de golpe de Estado, decorrentes dos eventos de 8 de janeiro, quando apoiadores invadiram as sedes dos Três Poderes. Apesar das penas superiores a 20 anos para a maioria dos réus, a prisão só ocorrerá após o trânsito em julgado. A defesa já anunciou que recorrerá da decisão.

A defesa de Bolsonaro expressou perplexidade em relação à prisão preventiva, afirmando que ela pode colocar a vida do ex-presidente em risco. O PL também classificou a detenção como “desnecessária”, citando o estado de saúde do ex-mandatário.

A detenção de Bolsonaro gerou mobilização entre seus aliados. Michelle Bolsonaro, que estava no Ceará, pediu orações aos apoiadores, enquanto Flávio Bolsonaro denunciou perseguição. Governadores aliados e parlamentares do PL manifestaram apoio ao ex-presidente, enquanto líderes governistas defenderam a legalidade da decisão.

Comentários de ministros do governo Lula

Ministros da gestão Lula comentaram a prisão de Bolsonaro nas redes sociais, apesar da orientação para que não o fizessem. Gleisi Hoffmann, ministra de Relações Institucionais, afirmou que a medida segue o devido processo legal e chamou Bolsonaro de “chefe da organização golpista”. Guilherme Boulos considerou a prisão um “marco para a história”.

Fonte por: Jovem Pan

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