Líder do Museu do Holocausto afirma que Lula comete erro ao romper aliança

O governo se afastou da Aliança Internacional para a Memória do Holocausto; Carlos Reiss manifesta-se como “triste” com o abandono do Brasil a diálogo e…

10/08/2025 11:56

1 min de leitura

Líder do Museu do Holocausto afirma que Lula comete erro ao romper aliança
(Imagem de reprodução da internet).

O diretor do Museu do Holocausto de Curitiba, Carlos Reiss, criticou a decisão do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de remover o Brasil da IHRA (Aliança Internacional para a Memória do Holocausto). Considerou a saída como um “erro estratégico” que desafiaria a tradição diplomática de diálogo universal.

Abandono de iniciativas multilaterais é sempre um erro estratégico, afirmou. “É lamentável”, declarou o diretor da coluna de Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo. A decisão contraria a trajetória do Brasil nas relações internacionais, regida pelos princípios do art. 4º da Constituição, que incluem a “cooperação entre os povos para o progresso da humanidade”.

A decisão foi criticada pelo governo de Israel e pela Conib (Confederação Israelita do Brasil), que a consideraram um “retrocesso moral”. Já o professor Michel Gherman, da UFRJ, defendeu a decisão, afirmando que a IHRA serve a um “lobby evangélico, branco e de direita para silenciar críticos de Israel”.

Fundada na década de 1990, a IHRA reúne mais de 30 países para promover o estudo e a educação sobre o Holocausto. Possui sede na Alemanha, presidência rotativa e reuniões semestrais.

O delegado brasileiro, indicado pelo Brasil para a IHRA desde 2021, Reiss, mencionou a Argentina, que manteve sua participação por 25 anos, de forma independente do governo.

Para o diretor, a organização atua além de questões políticas, e para combater o antissemitismo, é necessário se engajar em outras “lutas”, para que se receba engajamento de outros grupos. “Ninguém combate o racismo sozinho”.

Acompanhando o aumento do antissemitismo em escala global, também se observa o crescimento de discursos de ódio e violência direcionados ao racismo, à comunidade LGBT e à misoginia, declarou.

Ainda não foi formalmente desligado e acredita que há tempo para reverter a decisão.

O diretor argumenta que críticas válidas a Israel são permitidas, contanto que não incriminalizem grupos inteiros nem questionem o direito de autodeterminação.

Fonte por: Poder 360

Autor(a):