Líderes europeus defendem “exercer pressão” sobre a Rússia
Carta conjunta reforça o apoio à Ucrânia na véspera do encontro entre Trump e Putin, agendado para o dia 15 de agosto, nos Estados Unidos.

Líderes europeus assinaram uma carta conjunta, reiterando apoio à Ucrânia e pedindo manutenção da pressão sobre a Rússia para promover a paz. O documento foi publicado nesta segunda-feira (10.ago.2025), antecedendo o encontro entre os presidentes Donald Trump e Vladimir Putin, agendado para 15 de agosto no Alasca, território que os Estados Unidos adquiriram da Rússia em 1867.
A carta reúne as assinaturas de Emmanuel Macron (França), Giorgia Meloni (Itália), Donald Tusk (Polônia), Keir Starmer (Reino Unido), o chanceler alemão Friedrich Merz e Ursula von der Leyen (Comissão Europeia). Os signatários expressam concordância com as iniciativas diplomáticas do presidente americano para solucionar o conflito que teve início em fevereiro de 2022.
O documento manifesta apoio ao esforço do presidente Trump para evitar o genocídio na Ucrânia, complementando com: “estamos dispostos a apoiar essa iniciativa diplomaticamente, além de manter nosso apoio militar e financeiro à Ucrânia”. Os líderes europeus ressaltam que “apenas uma abordagem que combine diplomacia ativa, apoio à Ucrânia e pressão sobre a Federação Russa poderá solucionar o conflito”.
O presidente Zelensky expressou oposição a qualquer acordo que exclua seu país das negociações. Em mensagem publicada no sábado em seu perfil nas redes sociais, ele advertiu: “Decisões não podem ser tomadas contra nós, decisões não podem ser tomadas sem a Ucrânia. Seria uma decisão contra a paz. Eles não alcançariam nada”. O líder ucraniano declarou que “Os ucranianos não entregarão suas terras ao ocupante”.
Ao anunciar a reunião na sexta-feira (8.ago.2025), Trump mencionou que haverá alguma troca de territórios em benefício de ambos, sem detalhar essa possibilidade. As negociações anteriores entre Ucrânia e Rússia realizadas neste ano não produziram resultados concretos.
A guerra na Ucrânia provocou dezenas de milhares de mortes e obrigou milhões de pessoas a abandonar seus lares desde o início da invasão russa. Para solucionar o conflito, Moscou exige que a Ucrânia ceda quatro regiões parcialmente ocupadas – Donetsk, Luhansk, Zaporizhzhia e Kherson –, além da Crimeia, anexada em 2014, e que desista do fornecimento de armas ocidentais e da possibilidade de adesão à OTAN.
O encontro no Alasca será o primeiro entre presidentes americanos e russos em exercício desde junho de 2021, quando Joe Biden (democrata) se reuniu com Putin em Genebra. Trump e Vladimir Putin tiveram seu último encontro presencial em 2019, durante uma cúpula do G20 no Japão, no primeiro mandato do americano. Os dois mantiveram contato telefônico várias vezes desde janeiro deste ano.
Zelenski relatou ter falado com Macron, que no X afirmou que “o futuro da Ucrânia não pode ser determinado sem os ucranianos”. O primeiro-ministro espanhol Pedro Sánchez também dialogou com o presidente ucraniano, manifestando seu “total apoio” e defendendo “uma paz justa e duradoura que respeite a independência e a soberania da Ucrânia”.
O presidente Lula conversou por telefone com Putin no sábado (9.ago.2025), expressando a vontade do Brasil em promover uma solução pacífica. De acordo com comunicado oficial do Estado brasileiro, o líder russo “agradeceu a Lula por seu compromisso e interesse no assunto”.
Fonte por: Poder 360