Lula minimiza crise e afirma que ‘desavença na Câmara é da democracia’
Presidente se pronuncia após protesto de deputado do PSOL e ação da Polícia Legislativa que intensificou críticas à liderança da Casa.
Crise na Câmara: Lula minimiza confronto com Glauber Braga
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) abordou a recente crise envolvendo a retirada forçada do deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ) do plenário da Câmara, tratando o episódio como uma situação normal dentro do contexto democrático. Em um discurso realizado nesta quarta-feira (10), Lula afirmou que as tensões entre parlamentares são características da democracia e indicou que não pretende intensificar o conflito com o Legislativo.
Durante um evento no Palácio do Planalto, onde fez um balanço do Novo PAC, Lula expressou tranquilidade em relação aos acontecimentos, ressaltando que a desavença na Câmara é uma situação comum. Ele não fez menção direta à atuação da Mesa Diretora ou às possíveis consequências que podem levar à cassação de Glauber Braga.
O incidente na Câmara
A confusão ocorreu na terça-feira (9), quando Glauber Braga ocupou a cadeira do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), em protesto contra a inclusão de seu processo de cassação na pauta. A sessão foi interrompida, o sinal da TV Câmara caiu e a Polícia Legislativa retirou o parlamentar à força, enquanto jornalistas relataram tumulto no Salão Verde.
Glauber relatou ter sofrido uma lesão no braço e passou por exame de corpo de delito. O incidente gerou críticas tanto de parlamentares da oposição quanto de aliados do governo em relação à forma como a direção da Câmara lidou com a situação.
Críticas ao tratamento desigual
O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Guilherme Boulos (PSOL-SP), criticou a ação da Câmara, comparando a retirada de Glauber ao comportamento da Casa em agosto, quando deputados aliados ao ex-presidente Jair Bolsonaro ocuparam a Mesa Diretora sem sofrer intervenção policial. Boulos argumentou que essa diferença de tratamento compromete a coerência institucional.
Além disso, o ministro destacou que a Câmara deveria priorizar pautas mais relevantes para a sociedade, em vez de focar no processo de cassação. Ele mencionou a aprovação de um projeto que reduz penas de condenados pelos atos de 8 de janeiro, afirmando que caberá a Lula decidir sobre um eventual veto caso o texto avance no Senado.
Considerações finais
A situação envolvendo Glauber Braga e a resposta do governo refletem um momento delicado na política brasileira, onde as tensões entre diferentes grupos e a condução das pautas legislativas estão em evidência. A postura de Lula em minimizar o conflito pode ser uma estratégia para evitar uma escalada de confrontos com o Legislativo, enquanto a crítica ao tratamento desigual na Câmara levanta questões sobre a imparcialidade nas ações institucionais.
Fonte por: Jovem Pan
Autor(a):
Redação
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