Apagão em São Paulo: Quase um milhão de lares sem energia
Na quinta-feira, 11, mais de 48 horas após o início de um apagão, quase um milhão de residências em São Paulo ainda estavam sem luz. A Enel, concessionária responsável, informou que suas redes foram severamente danificadas por ventos fortes e que 1,6 mil equipes estavam mobilizadas para restaurar o fornecimento de energia.
A prefeitura de São Paulo, insatisfeita com a situação, decidiu investigar a atuação da Enel. Utilizando o sistema Smart Sampa, que foi implementado para combater crimes, a administração municipal analisou as placas de 1.385 veículos registrados em nome da empresa.
Dados alarmantes sobre a atuação da Enel
Das 40 mil câmeras do sistema Smart Sampa, apenas 4 mil têm a capacidade de verificar placas de veículos. O resultado da análise foi preocupante: nas 12 horas anteriores ao apagão, apenas 10 veículos da Enel foram registrados circulando pela cidade. Em um período de 30 dias, o número total foi de apenas 49 veículos.
A prefeitura também monitorou as câmeras em frente aos pátios da Enel, onde foram contabilizados 34 caminhões entrando e 54 saindo nas últimas 12 horas. O movimento de carros foi um pouco maior, com 84 entrando e 101 saindo, enquanto as motos apresentaram números irrisórios: 0 e 3.
Conflito entre governo e concessionária
A discrepância entre os dados da Enel e os da prefeitura gerou um clima de tensão. A concessionária contestou as informações, afirmando que suas operações são fiscalizadas pela Aneel, a Agência Nacional de Energia Elétrica. A concessão da Enel expira em 2028, mas o governo de Luiz Inácio da Silva busca a renovação antecipada.
A prefeitura recorreu à Justiça e obteve uma liminar para suspender o processo de renovação, enquanto o Tribunal de Contas da União emitiu uma nota técnica contrária à medida. O embate se intensificou, com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, pedindo intervenção na empresa.
Conclusão sobre a situação energética em São Paulo
O Ministério de Minas e Energia defende que é necessário garantir previsibilidade para atrair investimentos no setor. O ministro Alexandre Silveira afirmou que, caso o prefeito tenha razão, a renovação será considerada, mas que não se deve politizar a questão. A situação atual, com apenas 10 equipes da Enel em operação, levanta dúvidas sobre os investimentos da empresa, enquanto a população continua enfrentando a falta de energia.
Fonte por: Estadao
