Lula se opõe à independência do Banco Central
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) manifestou sua posição contrária à independência do Banco Central (BC), enfatizando que a política monetária deve estar alinhada às prioridades do governo. A declaração foi feita em uma entrevista no Palácio do Planalto, em Brasília, e reacende o debate sobre o papel da autoridade monetária na definição da taxa básica de juros.
Declarações do presidente do BC
Em um contexto paralelo, o presidente do BC, Gabriel Galípolo, anunciou que a Advocacia Geral da União (AGU) está revisando a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 65/2023, que visa ampliar a autonomia do BC, conquistada em 2021. Galípolo expressou apoio às mudanças propostas e planeja apresentá-las a ministros, servidores públicos e senadores.
Impacto da autonomia do BC na economia
Lula argumentou que a autonomia formal do BC limita a capacidade do governo de implementar políticas de estímulo econômico. Ele destacou que a independência da instituição pode resultar em uma desconexão entre as decisões do BC e a realidade social, afirmando que juros elevados prejudicam investimentos e dificultam a geração de empregos.
O presidente ressaltou que, quando as taxas de juros permanecem altas por longos períodos, a população é a mais afetada, enfrentando dificuldades para obter crédito e vendo a economia desacelerar.
Histórico e opiniões sobre a autonomia do BC
A autonomia do Banco Central foi estabelecida em 2021 por meio de uma lei complementar aprovada pelo Congresso Nacional, que institui mandatos fixos para o presidente e diretores da instituição, desvinculando-os do mandato presidencial. Essa medida visa proteger a política monetária de pressões políticas de curto prazo.
Defensores da autonomia argumentam que ela aumenta a credibilidade do país no controle da inflação e diminui o risco de interferências políticas nas decisões sobre juros. Por outro lado, críticos afirmam que esse modelo pode dificultar a coordenação entre as políticas fiscal e monetária.
Lula reiterou que não defende decisões irresponsáveis e que seu objetivo é promover um diálogo mais eficaz entre o Banco Central e o governo, visando um projeto de desenvolvimento nacional mais coeso.
Fonte por: Poder 360
