Marco do Ensino a Distância incentiva antecipação de matrículas no 3º trimestre
Novas regras mais rigorosas proíbem a oferta de determinados cursos nessa modalidade.
Crescimento nos Cursos a Distância no Ensino Superior
No terceiro trimestre deste ano, as principais instituições de ensino superior listadas na Bolsa registraram um aumento significativo nas matrículas em cursos a distância. Esse crescimento é visto como uma resposta positiva ao novo marco regulatório da modalidade, que permitiu que estudantes matriculados até setembro se enquadrassem nas regras anteriores.
Impacto do Novo Marco Regulatório
O novo marco regulatório do Ensino a Distância (EaD) trouxe normas mais rigorosas, incluindo um aumento na exigência de presencialidade, melhorias na infraestrutura dos polos e a proibição de cursos de medicina, enfermagem, odontologia, psicologia e direito.
Na Vitru, a base de alunos no EaD cresceu 7,7%, totalizando 876,5 mil estudantes. A Cogna também viu um aumento de 6,2%, com 221,9 mil novos alunos. A SER Educacional teve um crescimento ainda maior, de 11,8%, alcançando 182,2 mil estudantes.
A Cruzeiro do Sul destacou-se com a captação de 104 mil alunos, um aumento de 10,8%, impulsionado pela antecipação de matrículas devido às mudanças regulatórias.
Desempenho das Empresas de Ensino
Por outro lado, a Ânima, que prioriza o ensino presencial e semipresencial, registrou um crescimento de 5,4% nessa modalidade, mas uma queda de 3,3% no ensino digital. A Yduqs, por sua vez, viu um aumento de 13,4% nos alunos presenciais, enquanto a base de estudantes digitais recuou 0,3%.
Perspectivas Futuras
Analistas do BTG Pactual, Samuel Alves e Maria Resende, observam que as tendências para o setor são mistas, mas indicam que o mercado está saindo de um período de pressão sobre as margens e altos investimentos. Para capitalizar essa fase, a Cogna adotou uma estratégia de comunicação com potenciais alunos, incentivando matrículas antes da implementação das novas regras.
O diretor-presidente da Cogna, Roberto Valério, mencionou que houve uma migração positiva de estudantes para cursos presenciais, especialmente nas áreas onde a EaD não é mais permitida. Em contraste, a Yduqs, que enfrentou dificuldades na captação, alertou que a limitação de cursos de saúde online pode impactar negativamente seus resultados financeiros a partir de 2026.
Conclusão
O cenário atual do ensino a distância no Brasil reflete uma adaptação às novas regulamentações, com algumas instituições se beneficiando do aumento nas matrículas, enquanto outras enfrentam desafios. A evolução das matrículas e a migração de alunos para modalidades presenciais serão fatores cruciais para o futuro do setor.
Fonte por: Estadao
Autor(a):
Redação
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