Moraes comprometeu o relacionamento Brasil-EUA, intensificando a embaixada norte-americana

A representação diplomática de Trump em Brasília traduz uma crítica contundente divulgada pelo número 2 do Departamento de Estado. Leia no Poder360.

09/08/2025 20:03

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Moraes comprometeu o relacionamento Brasil-EUA, intensificando a embaixada norte-americana
(Imagem de reprodução da internet).

A Embaixada dos Estados Unidos no Brasil divulgou uma publicação do governo norte-americano, datada de sábado (9.ago.2025), que acusa o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes de prejudicar o relacionamento entre os dois países.

Christopher Landau, vice-secretário do Departamento de Estado dos EUA, postou no X por volta das 12h do Brasil uma crítica ao ministro. Ele é o número 2 de Marco Rubio, cujo cargo é o equivalente ao de ministro das Relações Exteriores.

A publicação foi feita a pedido do presidente dos EUA, Donald Trump.

Após algumas horas, o perfil da representação diplomática norte-americana em Brasília republicou a publicação de Landau, traduzindo-a para o português.

O diplomata declarou que Moraes comprometeu os laços entre os dois países ao determinar a suspensão de contas de jornalistas e influenciadores residentes nos EUA e ao proferir ordens contra plataformas digitais do país.

A nota afirma que essa pessoa [Moraes] prejudicou o relacionamento histórico de proximidade entre Brasil e os Estados Unidos, ao tentar, entre outras ações, aplicar leis brasileiras extraterritorialmente para atingir indivíduos e empresas nos Estados Unidos.

A posição do governo americano indica que o relacionamento diplomático entre Brasília e Washington se encontra em um momento inédito, tendo como causa de conflito um juiz: “A situação é sem precedentes e anômala, justamente porque essa pessoa veste uma toga judicial”.

A crítica também aponta a ausência de comunicação entre os dois países e sugere que os EUA não têm com quem dialogar no Brasil: “Enquanto sempre podemos negociar com líderes dos Poderes Executivo ou Legislativo de um país, não há como negociar com um juiz, que deve manter a pretensão de que todas as suas ações são ditadas pela lei. Assim, encontramos-nos em um beco sem saída, onde o usurpador se encobre no Estado de Direito e os outros Poderes insistem em se considerar impotentes para agir”.

Em 9 de julho de 2025, Trump anunciou uma tarifação de 50% sobre todos os produtos brasileiros. Ao revogar essa medida, criticou o processo judicial contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que está sendo acusado de tentativa de golpe de Estado em uma ação que tramita no STF sob a relatoria de Alexandre de Moraes. Entre as condições de Trump para não aplicar a sobretaxa ao Brasil incluía a suspensão desse processo.

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) adotou imediatamente o discurso da defesa da soberania nacional e considerou a exigência inaceitável.

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), divulgou uma declaração com conteúdo semelhante. O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), também o fez. E o presidente do STF, Roberto Barroso, aderiu ao mesmo tipo de discurso.

Naquele sábado (9.ago.2025), marcariam-se 1 mês da implementação da política tarifária de Trump. Até o momento, o Brasil e os Estados Unidos não haviam estabelecido um diálogo entre os líderes dos dois governos. Lula tem declarado que não pretende contatar Trump para evitar uma situação de submissão.

Fonte por: Poder 360

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