O vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) publicou na terça-feira (19.ago.2025) uma nota, em seu perfil no Instagram, em que critica a atuação do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), no julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Sem mencionar diretamente Moraes, Carlos afirma que o magistrado utiliza “métodos semelhantes” aos empregados pelos presidentes Nicolás Maduro (Venezuela) e Daniel Ortega (Nicarágua).
Carlos declarou que o pai encontra-se em prisão domiciliar, utilizando tornozeleira eletrônica, “sem julgamento e sem o devido processo legal”. Para ele, as leis estão sendo “rasgadas” e os direitos fundamentais foram “jogados na lata do lixo”.
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A supressão de vozes dissonantes, a criação de versões oficiais da realidade, a proteção de apoiadores e a perseguição de opositores são ações frequentes em regimes autoritários. No Brasil, tudo isso é disfarçado sob o pretexto da defesa da democracia.
Na nota, o vereador também acusou a imprensa e o mercado de sustentarem o que chamou de “processo sofisticado de autoritarismo, mascarado por uma aparência de normalidade democrática”. Para ele, se o cenário não mudar, “em 2026 não haverá surpresas, apenas a consolidação daquilo que vem sendo ensaiado há anos”.
Jair Bolsonaro cumpre prisão domiciliar, desde 4 de agosto, sob ordem de Alexandre de Moraes. O ministro, responsável por ações que investigam a tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022 e acusações contra o ex-chefe do Executivo de incitar militares e servidores públicos a contestarem o resultado eleitoral. Na segunda-feira (18.ago), em entrevista ao The Washington Post (aqui, para assinantes), Moraes afirmou que não há possibilidade de “recorrer um milímetro sequer” diante dos ataques à democracia e declarou que as medidas são necessárias para preservar a ordem constitucional.
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Jair Bolsonaro permanece preso sob vigilância eletrônica e sujeito a restrições, sem processo judicial adequado, com violação de normas legais e direitos básicos. O que iniciou-se em 2022, com a censura durante as eleições, foi aprimorado em 2024, com a suspensão do Twitter, e continua a se desenvolver rapidamente. O sistema demonstra claramente sua lógica: controlar, intimidar e silenciar qualquer voz que questione o projeto de poder vigente.
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Observa-se a repetição das mesmas estratégias empregadas por Maduro na Venezuela e Ortega na Nicarágua.
Silenciar opositores e criminalizar quem discorda. Construir narrativas oficiais, onde apenas as versões do regime podem ser reproduzidas. Proteger aliados e perseguir adversários, em uma seletividade grotesca. Utilizar a imprensa e o mercado como suporte, para criar a aparência de “normalidade democrática”.
No Brasil, contudo, esse cenário foi aprimorado: não se configura como ditadura explícita, mas sim como “defesa da democracia”. Tudo é cuidadosamente disfarçado – da censura à perseguição –, para parecer legítimo, com a “Rede Globo” disseminando narrativas prontas e grupos do mercado sustentando a aparente estabilidade.
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Conclusão: o Brasil experimenta um processo complexo de autoritarismo, disfarçado por um discurso democrático. A estratégia é evidente: fortalecer a militância ideológica, desarmar o cidadão honesto, controlar a informação e criminalizar qualquer tentativa de contestação.
O futuro, caso não haja alteração, já está determinado: em 2026 não haverá surpresas, apenas a consolidação do que tem sido ensaiado há anos e implementado de maneira mais acelerada do que na Venezuela.
Fonte por: Poder 360