Moraes revela que encontros com Galípolo e banqueiros abordaram Magnitsky
Ministro do STF esclarece que encontros discutiram apenas impactos da sanção dos EUA em operações bancárias.
Reuniões de Alexandre de Moraes com o Banco Central
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), divulgou uma nota nesta terça-feira (23 de dezembro de 2025) informando que as reuniões com o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, e outros dirigentes de instituições financeiras abordaram exclusivamente os efeitos da Lei Magnitsky, imposta pelos Estados Unidos ao magistrado em 30 de julho de 2025. Essa sanção foi revogada pelo governo de Donald Trump em 12 de dezembro, após negociações com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Impactos das Sanções Financeiras
De acordo com Moraes, os encontros focaram nos impactos da sanção internacional sobre operações financeiras essenciais, como movimentação bancária, contas correntes e uso de cartões de crédito e débito. O ministro enfatizou que não foram discutidos temas relacionados a processos administrativos ou decisões regulatórias durante as reuniões.
Participação de Dirigentes Financeiros
Moraes também se reuniu com a presidente do Banco do Brasil, Tarciana Medeiros, e com os presidentes e vice-presidentes jurídicos do Banco Itaú, Milton Maluhy Filho e Álvaro F. Rizzi Rodrigues. Além disso, houve um encontro com os presidentes da Confederação Nacional das Instituições Financeiras (CNF), da Febraban e do BTG, assim como vice-presidentes do Bradesco e do Itaú.
Esclarecimento sobre Rumores
O esclarecimento de Moraes surge em resposta a rumores sobre uma suposta pressão do ministro sobre o Banco Central, especialmente em relação ao veto à venda do Banco Master para o BRB (Banco de Brasília) e a subsequente liquidação da instituição. O Banco Central vetou a operação em 3 de setembro de 2025 e decretou a liquidação do Banco Master em 18 de novembro.
Negativa de Pressão
Gabriel Galípolo, presidente do Banco Central, tem negado qualquer tipo de pressão por parte de Moraes, afirmando que as conversas foram amistosas e que as decisões do BC foram baseadas em critérios técnicos e legais. Ele assegura que não houve interferência nas deliberações da autoridade monetária.
Contratação de Advogada e Rumores
Os rumores sobre a relação entre Moraes e o Banco Central também se intensificaram devido à contratação da advogada Viviane Barci, esposa de Moraes, pelo Banco Master. Os honorários dela seriam de R$ 3,6 milhões mensais, totalizando R$ 129 milhões ao longo de 36 meses. No entanto, os detalhes do contrato nunca foram divulgados na íntegra, e tanto Viviane quanto o Banco Master não contestaram as informações parciais divulgadas.
Interações entre Poderes no Brasil
As conversas entre Galípolo e Moraes refletem uma característica peculiar dos Poderes da República no Brasil, onde é comum que ministros do STF se comuniquem com o presidente do Banco Central. Em contraste, em outros países, como os Estados Unidos, esse tipo de contato é raro, e não há registros de interações semelhantes entre o presidente do Federal Reserve e os magistrados da Suprema Corte norte-americana.
Fonte por: Poder 360
Autor(a):
Redação
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