Impacto das Mudanças Climáticas nas Ondas de Calor
As mudanças climáticas estão aumentando a frequência, intensidade e duração das ondas de calor. Anualmente, cerca de meio milhão de pessoas perdem a vida devido ao calor extremo, que também coloca em risco ecossistemas essenciais, como os recifes de corais, que estão à beira do colapso.
Um relatório recente da Atribuição Climática Global (WWA) e da Climate Central, divulgado em 16 de novembro, revela que o cumprimento das metas atuais de redução das emissões de gases de efeito estufa pode evitar até 57 dias adicionais de calor extremo por ano, em comparação com um cenário sem o Acordo de Paris.
Consequências do Aquecimento Global
Cientistas alertam que, sem ações globais mais robustas para mitigar o aquecimento, o planeta se dirige a um futuro catastrófico. A climatologista Friederike Otto, da WWA, destaca que a falta de ambição nas políticas climáticas é um grande problema, com consequências severas para a vida e os meios de subsistência das populações mais vulneráveis.
Embora o calor seja o fenômeno climático extremo mais letal, ele muitas vezes é ofuscado por desastres mais visíveis, como enchentes e tempestades. Mesmo pequenos aumentos de temperatura podem causar impactos significativos em plantas, animais e seres humanos.
Acordo de Paris e suas Implicações
O Acordo de Paris, firmado em 2015, visa limitar o aumento da temperatura média global a menos de 2 °C acima dos níveis pré-industriais, com a meta mais ambiciosa de 1,5 °C. Contudo, o planeta já experimentou um aquecimento médio de aproximadamente 1,4 °C, resultando em ondas de calor mais longas e intensas, que elevam o número de mortes e agravam crises climáticas em várias regiões.
Eventos extremos, como as temperaturas recordes na Europa em 2023, que causaram cerca de 47 mil mortes, e o calor intenso no sul dos Estados Unidos e no México em 2024, evidenciam a gravidade da situação. O aumento da temperatura também intensificou a seca e ampliou os impactos socioambientais.
Projeções Futuras e Necessidade de Ação
Um relatório da Climate Central indica que, se não houver uma redução significativa nas emissões de gases de efeito estufa, a temperatura média global poderá subir pelo menos 2,6 °C até o final do século, resultando em 57 dias adicionais de calor extremo por ano. A cientista Kristina Dahl alerta que o mundo ainda está se dirigindo a um futuro perigosamente quente, com muitos países despreparados para o nível de aquecimento já enfrentado.
Os especialistas ressaltam que, sem o Acordo de Paris, o cenário seria ainda mais alarmante, com um possível aumento de 4 °C até 2100, resultando em 114 dias de calor extremo por ano. Apesar do aumento das concentrações de dióxido de carbono (CO₂) na atmosfera, há sinais de progresso, como a superação das fontes de energia renovável em relação ao carvão como principal matriz elétrica do planeta.
Conclusão: Caminhos para o Futuro
O Acordo de Paris tem contribuído para evitar cenários climáticos mais perigosos, mas os esforços atuais ainda são insuficientes. Para limitar o aumento da temperatura global a menos de 2 °C, é crucial que os países intensifiquem os cortes nas emissões de gases de efeito estufa, já que muitos ainda não apresentaram metas concretas para isso.
Fonte por: CNN Brasil