Negociação entre Lula e Trump envolve terras raras estratégicas

Trump negocia com nações para reduzir dependência da China em minerais raros; Brasil possui a 2ª maior reserva. Confira no Poder360.

25/10/2025 10:15

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Trump e Lula

Reunião Bilateral entre Brasil e EUA Focará em Terras Raras

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, se encontrarão no domingo, 26 de outubro de 2025, em Kuala Lumpur, Malásia. O objetivo da reunião é discutir um acordo comercial que visa conter a escalada tarifária imposta pela Casa Branca, com foco especial nas terras raras, um tema de grande interesse para os EUA.

Os Estados Unidos buscam alternativas para reduzir a dependência da China em minerais raros, essenciais para a indústria tecnológica, incluindo a fabricação de veículos elétricos e smartphones. Atualmente, a China detém o monopólio na mineração e refino desses minerais, enquanto o Brasil se destaca como o segundo maior detentor de reservas globais, atraindo a atenção dos EUA.

Pressão Americana por Acesso às Reservas Brasileiras

Em uma entrevista recente, o vice-presidente e ministro da Indústria, Geraldo Alckmin (PSB), confirmou que os EUA estão pressionando para obter acesso às reservas brasileiras de terras raras. Ele destacou que a discussão sobre esse tema já faz parte do diálogo econômico entre os dois países, que buscam ampliar a cooperação em áreas como energia, inovação e sustentabilidade.

Um acordo nesse sentido poderia facilitar a redução da tarifa adicional de 40% que os EUA impuseram sobre produtos brasileiros, em resposta a insatisfações relacionadas ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Essa tarifa, somada aos 10% já existentes, eleva o total para 50%, mas o governo Lula tem enfatizado que questões políticas não devem interferir nas negociações comerciais.

Contexto da Guerra Comercial entre EUA e China

A China controla cerca de 90% do processamento de terras raras e, recentemente, anunciou a ampliação dos controles de exportação desses minerais. Os EUA consideram essa decisão uma violação das regras de comércio global e ameaçam aplicar uma tarifa adicional de 100% sobre produtos chineses, com a implementação prevista para 1º de novembro.

Trump e o presidente chinês, Xi Jinping, se reunirão na Coreia do Sul no dia 30 de outubro, com a intenção de reverter a escalada da guerra comercial. No entanto, mesmo que um acordo seja alcançado, os EUA continuarão a buscar diversificação em suas cadeias de suprimentos, reduzindo a dependência da China.

Perspectivas Futuras para o Brasil

Antes da reunião entre Xi e Trump, a China terá negociações com a União Europeia sobre terras raras, já que ambos os lados tentam reverter restrições que afetam suas indústrias. O controle da China sobre esses minerais críticos gerou preocupações em Washington, levando Trump a assinar um decreto para aumentar a produção interna de minerais essenciais, embora as reservas dos EUA sejam limitadas.

Os Estados Unidos estão buscando acordos com outros países, sendo a Austrália o primeiro a firmar um pacto durante a visita do primeiro-ministro Anthony Albanese à Casa Branca. Com o Brasil ocupando a segunda posição no ranking global de reservas de minerais raros, a parceria entre os dois países pode ser discutida novamente na Malásia ou em futuras negociações, caso o encontro não ocorra conforme planejado.

Fonte por: Poder 360

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