Nove em cada dez empresas adotam IA generativa para melhorar eficiência, aponta pesquisa

Empresas Brasileiras e a Adoção da Inteligência Artificial Generativa

O aumento da produtividade é o principal objetivo das empresas brasileiras ao implementar a inteligência artificial generativa (GenAI). Uma pesquisa realizada pelo MIT Technology Review Brasil, em parceria com a Peers Consulting + Technology, revela que 90% das organizações visam essa meta, e 51,8% já notam ganhos concretos, especialmente na redução de custos em áreas de testes.

Desafios na Adoção da Tecnologia

A falta de capacitação técnica e cultural é uma das barreiras mais críticas para a adoção responsável da tecnologia. Apenas 6,1% das empresas possuem comitês formais de IA, e 22% se consideram preparadas para integrar essa tecnologia em sistemas críticos. Além disso, muitos enfrentam dificuldades na execução de provas de conceito que não estão alinhadas com a estratégia de negócios, o que pode levar a experimentos sem continuidade.

O gerente sênior de ciência de dados da Peers Consulting + Technology, Rafael Valente, destaca que a falta de planejamento pode transformar essas provas de conceito em iniciativas pontuais, sem se tornarem pilares de inovação.

Uso Desorganizado da IA

O estudo também revela que, embora 40% das empresas afirmem oferecer ferramentas de IA, 90% dos colaboradores já utilizam a tecnologia de forma desorganizada, caracterizando o fenômeno conhecido como “shadow IA”. Isso indica uma falta de governança e organização no uso da inteligência artificial nas empresas.

Setores com Maior Potencial para Experimentação

As áreas onde as experimentações são mais viáveis são aquelas que apresentam menor risco, como operações e atendimento ao cliente. Valente observa que setores como recursos humanos, jurídico e financeiro ainda estão em estágios iniciais de adoção, pois um erro da IA pode ter consequências significativas.

Características das Empresas Maduras em IA

A pesquisa incluiu 322 empresas brasileiras de diversos setores e, em seguida, entrevistou executivos de 11 grandes companhias, como Ambev e Itaú Unibanco. A Peers Consulting identificou cinco pilares que diferenciam as organizações mais maduras em IA generativa: alinhamento à estratégia de negócios, integração e automação, democratização de dados, criação de plataformas internas com governança e foco em eficiência operacional.

Na Vivo, a aplicação da IA melhorou a experiência do cliente, reduzindo o tempo de atendimento e aumentando a satisfação. O Itaú Unibanco também implementou uma plataforma interna que permite a adoção de múltiplos casos de uso com segurança. A Ambev, por sua vez, destacou ganhos de eficiência ao eliminar tarefas repetitivas em seus processos operacionais.

Conclusão

A adoção da inteligência artificial generativa nas empresas brasileiras apresenta tanto oportunidades quanto desafios. A capacitação e a governança são essenciais para garantir que a tecnologia seja utilizada de forma eficaz e responsável, permitindo que as organizações alcancem seus objetivos de produtividade e inovação.

Fonte por: Estadao