Prefeito de São Paulo discute Tarifa Zero com deputado federal
O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), recebeu uma ligação do deputado federal Jilmar Tatto (PT-SP), coordenador da Frente Parlamentar em Defesa da Tarifa Zero na Câmara dos Deputados. A proposta ganhou destaque novamente, especialmente após a aprovação da isenção do Imposto de Renda, em um ano eleitoral.
Durante uma visita a Brasília, Nunes mencionou que ouviu de várias autoridades que o presidente Lula está interessado na implementação da Tarifa Zero. Ele afirmou que não se opõe à ideia, mesmo que isso beneficie a campanha de reeleição do presidente. “Apoio se houver algo concreto. São Paulo está dentro”, declarou.
No entanto, o prefeito ressaltou a importância de avaliar a viabilidade financeira da proposta. “É necessário focar na responsabilidade fiscal. Se uma ação gera custos que a população terá que arcar, isso se torna um problema”, comentou.
Custos do transporte público em São Paulo
Atualmente, a cidade de São Paulo investe R$ 12 bilhões em transporte público, sendo R$ 6 bilhões subsidiados pela gestão municipal. Sem esses subsídios, a tarifa de R$ 5,00 poderia aumentar para R$ 8,60.
Nunes também discutiu com Tatto a possibilidade de utilizar fundos do Meio Ambiente e do BNDES para transformar ônibus movidos a diesel em elétricos. “Dos R$ 12 bilhões, R$ 3 bilhões são gastos com óleo diesel. Precisamos encontrar uma forma de viabilizar isso economicamente”, afirmou.
Outras opções discutidas incluem o uso do vale-transporte, a destinação de recursos para o Fundo Municipal de Transporte Coletivo e o aumento da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (CIDE).
Programa Tarifa Zero e suas implicações
Atualmente, São Paulo transporta cerca de 7 milhões de passageiros diariamente. Desde 2023, a cidade implementou o Programa Tarifa Zero aos domingos, onde a passagem não é cobrada. Nunes observou que, nesse dia, os ônibus operam com 60% de ociosidade, o que torna a medida viável.
Regulamentação necessária para 2025
A discussão sobre a Tarifa Zero está se espalhando por diversas cidades, mas a criação de um programa nacional enfrenta desafios. Em ano eleitoral, a Lei das Eleições proíbe a criação de novos programas sociais, exceto aqueles já autorizados e em execução orçamentária no ano anterior ao pleito.
Fonte por: Jovem Pan
