Operação do MP-SP e Polícia Militar contra tráfico de drogas
Na tarde desta sexta-feira, o Ministério Público de São Paulo (MP-SP) e a Polícia Militar realizaram uma operação para cumprir mandados de busca e apreensão em imóveis utilizados por traficantes de drogas associados a Leonardo Moja, conhecido como “Leo do Moinho”. Ele é identificado como um membro do Primeiro Comando da Capital (PCC) e é considerado responsável pelo tráfico na Favela do Moinho, localizada na região central de São Paulo.
Apesar de estar preso desde agosto do ano passado, Leo do Moinho supostamente continua a comandar atividades criminosas na comunidade, contando com o apoio de comparsas e familiares. As investigações revelam que traficantes sob seu comando estariam dificultando a remoção das famílias que residem na favela.
Imóveis utilizados para atividades criminosas
Dois imóveis específicos foram alvos da operação, sendo utilizados como fachada para as atividades ilícitas da família de Leo do Moinho e do PCC. Esses locais funcionavam como pontos de tráfico, consumo e armazenamento de drogas, mesmo após ações policiais anteriores.
Recentemente, durante uma operação de rotina, a Polícia Militar apreendeu dinheiro, drogas e explosivos em um imóvel conhecido como “Lounge”. Três pessoas foram detidas na ocasião, todas ligadas a traficantes do grupo investigado.
O MP argumenta que as prisões de Leonardo Moja e Alessandra Moja, além dos mandados de prisão contra Jefferson Moja e Cláudio dos Santos Celestino, não foram suficientes para interromper as atividades criminosas na Favela do Moinho. Por isso, novas buscas e a lacração dos imóveis foram solicitadas.
Confronto e morte durante a operação
Durante o cumprimento do mandado de busca no imóvel conhecido como Lounge, houve um confronto armado. Um suspeito trocou tiros com os policiais, mas nenhum agente ficou ferido. O homem foi atingido e recebeu atendimento médico no local, com o suporte da PM.
Moradores identificaram o homem como Felipe Petra, de 31 anos, que não resistiu aos ferimentos e faleceu. Relatos indicam que ele não teria oferecido resistência à abordagem policial, e as circunstâncias do confronto ainda serão investigadas.
Desafios no reassentamento das famílias
Em abril deste ano, o governo de São Paulo, em parceria com o governo federal, lançou a Operação Dignidade – Comunidade do Moinho, com o objetivo de oferecer moradia às famílias que habitam a área. O plano prevê a remoção de 824 famílias da favela, que está situada entre duas linhas de trem, para transformar o espaço em um parque urbano.
As investigações indicam que a continuidade do tráfico de drogas tem sido um dos principais obstáculos para o avanço do reassentamento. Moradores relatam atrasos e falta de informações sobre as moradias prometidas.
Leidivania Domingas, uma das moradoras, afirmou que já entregou toda a documentação necessária, mas ainda não recebeu retorno sobre a nova moradia. Ela cobra explicações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que visitou a comunidade anteriormente para anunciar o projeto habitacional.
Repercussão política da operação
Em um evento de segurança pública realizado nesta sexta-feira em São Paulo, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) reafirmou que não há área no estado onde a Polícia Militar não possa atuar.
O deputado federal Guilherme Derrite (PP), ex-secretário de Segurança Pública, criticou uma declaração recente do presidente Lula, que afirmou que traficantes seriam vítimas dos usuários de drogas.
Fonte por: Jovem Pan
