PF apresenta detalhes das apreensões na 4ª fase da Operação Sem Desconto contra fraudes no INSS
Investigadores revelam esquema de corrupção que desviou recursos públicos por anos, com volume significativo de bens recolhidos.
Polícia Federal divulga balanço da Operação Sem Desconto
A Polícia Federal apresentou nesta sexta-feira (14) o resultado da 4ª fase da Operação Sem Desconto, que investiga um esquema de fraudes bilionárias envolvendo convênios do INSS. Esta nova etapa, que ocorreu simultaneamente às prisões realizadas anteriormente, destaca a gravidade das irregularidades financeiras.
De acordo com a PF, foram apreendidos diversos bens, incluindo:
- R$ 720 mil em espécie;
- US$ 72 mil;
- 23 relógios de luxo;
- 106 peças de joias;
- 43 veículos;
- 57 celulares;
- 8 armas e 314 munições;
- 5 CPUs;
- 21 notebooks;
- 2 smartwatches;
- 4 tablets;
- 7 HDs e 8 pen drives.
O volume de bens apreendidos reforça a suspeita de um esquema de corrupção que operou por anos, desviando recursos públicos e beneficiando agentes públicos e empresários associados a organizações conveniadas ao INSS.
Movimentação financeira do esquema
Documentos obtidos pela PF revelam que a organização movimentou aproximadamente R$ 640 milhões através da Conafer entre 2017 e 2023. Parte desse montante teria sido destinada ao pagamento de propinas, que chegavam a R$ 250 mil mensais ao ex-presidente do INSS, Alessandro Stefanutto. Antes disso, ele já recebia entre R$ 50 mil e R$ 100 mil mensais, conforme os registros.
Stefanutto foi demitido em abril, após a primeira fase da operação, apesar das tentativas do então ministro Carlos Lupi de mantê-lo no cargo. A operação também identificou repasses de R$ 100 mil ao ex-ministro de Bolsonaro, Ahmed Mohamed, que é um dos alvos da investigação e atualmente cumpre medidas cautelares, incluindo o uso de tornozeleira eletrônica.
Prisão de envolvidos na operação
Na nova fase da operação, foram cumpridos 63 mandados de busca e apreensão, resultando na prisão de oito pessoas, incluindo:
- Alessandro Stefanutto, ex-presidente do INSS;
- Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS” (preso desde setembro);
- André Paulo Félix Fidelis, ex-diretor de Benefícios;
- Vinicius Ramos da Cruz, presidente do Instituto Terra e Trabalho (ITT);
- Tiago Abraão Ferreira Lopes, diretor da Conafer;
- Cícero Marcelino de Souza Santos, empresário ligado à Conafer;
- Samuel Chrisostomo do Bonfim Júnior, também vinculado à Conafer;
- Virgílio Antônio Ribeiro de Oliveira Filho, ex-procurador-geral do INSS, afastado desde abril e que teria movimentado mais de R$ 10 milhões.
A empresária Thaisa Hoffmann, esposa de Virgílio, também é alvo da investigação e teria recebido mais de R$ 5 milhões. Além disso, dois deputados, Euclydes Pettersen e Edson Araújo, foram alvos de mandados de busca e apreensão.
Crimes e defesa dos acusados
Os envolvidos enfrentam acusações de inserção de dados falsos em sistemas oficiais, organização criminosa, estelionato previdenciário, corrupção ativa e passiva, além de ocultação e dilapidação patrimonial.
A defesa de Alessandro Stefanutto declarou que ainda não teve acesso à decisão judicial que motivou a operação e expressou confiança em que a inocência dele será comprovada ao final dos procedimentos.
Fonte por: Jovem Pan
Autor(a):
Redação
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