PIB cresce apenas 0,1% no terceiro trimestre e mostra desaceleração
Resultado atende às expectativas dos analistas consultados pelo Projeções Broadcast, com variação de -0,5% a +0,4%.
Desaceleração da Economia Brasileira no Terceiro Trimestre
A economia brasileira enfrenta uma desaceleração, com a taxa básica de juros atingindo o maior nível em quase 20 anos. No terceiro trimestre, o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu apenas 0,1% em relação ao trimestre anterior, conforme divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) no dia 4.
Esse resultado ficou dentro das expectativas dos analistas, que projetavam uma variação entre uma queda de 0,5% e um aumento de 0,4%. Contudo, o crescimento foi inferior à mediana das previsões, que indicava um recuo de 0,2%.
Em comparação ao mesmo trimestre de 2024, o PIB apresentou um avanço de 1,8%.
Revisões e Expectativas para o PIB
O IBGE também revisou os dados do PIB de trimestres anteriores. O crescimento do primeiro trimestre passou de 1,3% para 1,5%, enquanto a alta do segundo trimestre foi ajustada de 0,4% para 0,3%.
Com a inflação acima da meta de 3%, o Comitê de Política Monetária (Copom) implementou um rigoroso aperto monetário, elevando a taxa básica de juros para 15% desde junho. Essa alta é influenciada pela incerteza em relação à política fiscal, que aumenta a percepção de risco entre investidores.
Segundo Natalie Victal, economista-chefe da SulAmérica Investimentos, a economia ainda apresenta sinais de desaceleração, mas possui pontos de resiliência.
Desempenho Setorial e Demanda
O crescimento foi generalizado entre os setores em comparação ao segundo trimestre. O setor de serviços e a indústria cresceram 0,1% e 0,8%, respectivamente, enquanto a agropecuária teve um aumento de 0,4%.
No lado da demanda, o consumo das famílias e do governo avançou 0,1% e 1,3%, respectivamente. Os investimentos cresceram 0,9%, assim como as exportações, que aumentaram 3,3%, e as importações, que subiram 0,3%.
Perspectivas Futuras
De acordo com o último relatório Focus do Banco Central, os analistas projetam um crescimento do PIB de 1,78% para este ano, com expectativas semelhantes para 2026, que deve ficar um pouco abaixo de 2%.
Felipe Salles, economista-chefe do C6 Bank, ressalta que o resultado do terceiro trimestre não indica estagnação, mas sim uma tendência de crescimento que deve se situar entre 1,5% e 2% nos próximos períodos.
Nos próximos meses, a economia pode ser impulsionada por uma série de estímulos governamentais, incluindo programas voltados para a classe média e isenções fiscais, que devem começar a surtir efeito no quarto trimestre.
Fonte por: Estadao
Autor(a):
Redação
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