Jair Bolsonaro relata alucinações durante custódia
O ex-presidente Jair Bolsonaro afirmou, em audiência de custódia no último domingo (23), que teve uma “alucinação” e uma “certa paranoia” que o levaram a tentar romper a tornozeleira eletrônica com um ferro de solda na noite de sexta-feira (21). Ele atribuiu seu comportamento aos medicamentos pregabalina e sertralina que estava utilizando.
A pregabalina é um anticonvulsivo indicado para tratar ansiedade, enquanto a sertralina é um antidepressivo. A psiquiatra Dra. Flávia Zuccolotto, do Hospital Alemão Oswaldo Cruz, comentou que a combinação desses medicamentos é comum e geralmente segura quando supervisionada por um médico.
Efeitos colaterais dos medicamentos
Os efeitos colaterais mais frequentes da pregabalina incluem tontura, sonolência, ganho de peso e dificuldade de concentração. Já a sertralina pode causar náusea, diarreia, perda de apetite e agitação. Dra. Flávia destacou que alucinações não são efeitos típicos dessa combinação, mas podem ocorrer em casos raros, especialmente em doses altas ou em pessoas com vulnerabilidades neurológicas.
Os sinais de alucinações podem variar, incluindo experiências auditivas, visuais ou táteis, e a intensidade dos sintomas pode afetar a capacidade de realizar atividades cotidianas.
Como os medicamentos atuam
A pregabalina atua regulando a transmissão de mensagens entre as células nervosas e é utilizada para tratar ansiedade e dor crônica. A sertralina, por sua vez, é um inibidor seletivo da recaptação de serotonina, indicado para quadros depressivos e ansiosos. Dra. Flávia ressaltou que, embora não sejam comuns, indivíduos com maior vulnerabilidade podem apresentar episódios de aceleração psíquica durante o uso de antidepressivos.
Suspensão da medicação de Bolsonaro
A equipe médica de Jair Bolsonaro anunciou a suspensão do medicamento que teria causado confusão mental no ex-presidente. O boletim médico, assinado pelo cirurgião geral Claudio Birolini e pelo cardiologista Leandro Echenique, informou que a medicação foi prescrita sem o conhecimento da equipe responsável pelo tratamento de Bolsonaro.
Os médicos afirmaram que o medicamento poderia interagir de forma significativa com outros que ele já utilizava, podendo causar alterações no estado mental. Após a suspensão, a equipe relatou que Bolsonaro se encontra estável e sem intercorrências, e que seguirá sob monitoramento clínico.
Fonte por: Jovem Pan
