Proprietário da Ultrafarma orquestrava esquema de corrupção fiscal, alega MP
Sidney Oliveira foi preso na operação que investiga fraudes em notas fiscais e ressarcimentos indevidos de ICMS.

Sidney Oliveira, dono da rede de drogarias Ultrafarma, foi identificado pelo Ministério Público de São Paulo como o líder de um esquema de corrupção envolvendo o pagamento de tributos. A informação foi publicada na terça-feira (12.ago.2025), durante entrevista a reportagens sobre a operação Ícaro, que culminou na prisão do empresário.
A operação apura fraudes na emissão de notas fiscais e ressarcimentos indevidos de ICMS, envolvendo a Sefaz-SP. Um auditor fiscal do órgão participava diretamente do esquema, conforme as investigações.
O promotor João Ricupero, que faz parte da equipe encarregada do caso, afirmou que a prisão preventiva de Sidney Oliveira visa garantir que ele não obstrua os depoimentos de funcionários da empresa.
A investigação sobre a Ultrafarma identificou a presença de um número reduzido de indivíduos envolvidos no esquema de corrupção, sendo o principal, o proprietário da empresa, o responsável pela liderança.
A participação do dono da Ultrafarma foi identificada após a quebra do sigilo telefônico do auditor fiscal envolvido, quando o Ministério Público encontrou e-mails que evidenciavam o funcionamento do esquema.
A operação também resultou na prisão de Mario Otavio Gomes, diretor da Fast Shop, suspeito de estar envolvido nas mesmas práticas ilícitas. As prisões foram realizadas na capital paulista.
Com a prisão, consideramos que há uma menor probabilidade de que exerçam influência, uma pressão, sobre esses funcionários. Precisamos verificar se esses funcionários estavam cumprindo ordens ou se também tinham poder decisório sobre o esquema de corrupção, afirmou Ricupero.
O Ministério Público apurou que o auditor fiscal empregava uma empresa com sua mãe como empresa de fachada para gerar documentos fiscais falsos. Ele solicitava e aprovava ressarcimentos de crédito de ICMS ao Estado, envolvendo valores significativos.
O promotor declarou que o fiscal possuía o próprio certificado digital da Ultrafarma para realizar os pedidos no sistema da Sefaz.
A promotoria ainda não divulgou o valor total do esquema ou o número de operações fraudulentas realizadas.
A Ultrafarma e os advogados de Sidney Oliveira ainda não se pronunciaram publicamente sobre a operação.
Fonte por: Poder 360