Qual é o meu maior defeito? O julgamento constante sobre os outros

A metralhadora giratória do meu defeito-mor critica quem escuta áudio alto, sai do banheiro sem lavar as mãos ou aperta mãos durante as refeições.

14/12/2025 2:30

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(Imagem de reprodução da internet).

Reflexões sobre Nossos Defeitos

A pergunta sobre qual é o nosso maior defeito pode parecer uma clássica questão de entrevista de emprego. Muitas vezes, optamos por mencionar falhas que possam ser vistas como aceitáveis, como o “perfeccionismo”, ao invés de confessar algo mais sério. Mas e se essa pergunta fosse um convite à reflexão pessoal, sem a pressão de um ambiente de trabalho? Qual seria, então, o seu maior defeito?

O Olhar Crítico e Seus Efeitos

Não posso falar por todos, mas sigo o conselho estoico de olhar para mim antes de criticar os outros. A dúvida surge: o que me incomoda mais, meus próprios defeitos ou os que afetam os outros? Os erros que são visíveis ou aqueles que permanecem ocultos? No mundo digital, isso se traduz em postagens nas redes sociais versus pensamentos que nunca se tornam públicos.

Um dos meus maiores defeitos é o julgamento constante. Vejo pessoas em aeroportos lutando com excesso de bagagens e me pergunto por que não planejam melhor. Meu olhar crítico se volta para aqueles que não se preparam para o trânsito em São Paulo, como se isso fosse uma surpresa. Essa metralhadora de críticas se estende a comportamentos em público, como ouvir música alta ou não lavar as mãos após usar o banheiro.

O Impacto do Julgamento Interno

Esses pensamentos ocorrem em meu mundo interior, onde guardo minhas críticas. Quando expresso minha opinião, mesmo que de forma sutil, as reações são intensas. Se as pessoas soubessem que isso é apenas uma fração do que realmente sinto, talvez reagissem de maneira diferente. A crítica, muitas vezes, reflete uma sombra minha, algo que projetei no outro.

Buscando a Melhoria Pessoal

Faço terapia há anos e reconheço que criticar os outros pode ser um reflexo de inseguranças pessoais. Embora eu saiba que o cuidado consigo mesmo é mais produtivo do que tentar reformar o mundo, o impulso de julgar persiste. Tenho tentado mudar, buscando não expressar o que sinto e focando mais em mim. O ideal seria perder a vontade de corrigir o que não pode ser mudado.

Conclusão: O Caminho para a Autoconsciência

Corrigir a si mesmo é um princípio fundamental, como já dizia Marco Aurélio. Se um imperador romano acreditava que vencer a si mesmo era mais desafiador do que dominar o universo, quem sou eu para julgar os outros? O excesso de atenção aos defeitos alheios é um problema que desejo superar. Amanhã, tentarei novamente focar em minhas falhas e lembrar que cada um enfrenta suas próprias dores. E você, qual é o seu maior defeito?

Fonte por: Estadao

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