Seguradoras se destacam na COP30 ao priorizar adaptação climática

Setor é mencionado em documentos preparatórios e deve constar na declaração final da conferência em Belém, um marco inédito.

09/11/2025 12:00

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Poder Entrevista com Dyogo Oliveira, presidente da Confederação ...

Importância da COP30 para o Setor de Seguros

Dyogo Oliveira, presidente da CNSeg (Confederação Nacional das Seguradoras), afirma que a COP30, que acontece em Belém (PA), representa um marco para o setor de seguros nas discussões sobre mudanças climáticas. O evento deve reforçar o papel das seguradoras como protagonistas na adaptação climática, um reconhecimento que já se reflete em documentos preparatórios, como a 4ª Carta da Presidência.

Oliveira, ex-ministro do Planejamento e presidente do BNDES, considera esta COP a mais equilibrada em termos de debate entre mitigação e adaptação às mudanças climáticas. Ele observa que, enquanto edições anteriores focaram na redução de emissões, a realidade atual exige atenção aos impactos do aquecimento global, que já geram custos significativos em diversas regiões.

O Papel dos Seguros na Adaptação Climática

O presidente da CNSeg destaca que o setor de seguros deve atuar em duas frentes: aumentar a proteção individual e desenvolver programas público-privados para proteger infraestruturas críticas, como escolas e hospitais. Ele menciona que o Brasil ainda está distante de modelos eficazes, como o da França, que utiliza seguros e garantias compartilhadas com o governo.

Oliveira ressalta a crescente importância dos seguros diante da intensificação de eventos climáticos extremos. Ele cita o exemplo de uma fábrica da Toyota em Porto Feliz (SP), que sofreu danos devido a uma tempestade, mas estava segurada. Em contraste, pequenos comerciantes, como um pipoqueiro que perdeu seu negócio, muitas vezes não têm cobertura, evidenciando a desigualdade nos impactos das mudanças climáticas.

Desafios no Setor de Seguro Rural

No contexto rural, Oliveira aponta que cerca de 70% das perdas climáticas no Brasil afetam o agronegócio, mas apenas 6% da área cultivada possui seguro rural. Ele destaca que a concessão de seguros agrícolas caiu 47% nos últimos três anos, apesar do aumento de eventos climáticos extremos.

Oliveira defende a ampliação do programa de subvenção federal para seguros, que prioriza pequenos e médios produtores, mas teve seu orçamento reduzido pela metade neste ano. Ele critica a contradição de cortar recursos para seguros e, ao mesmo tempo, gastar bilhões em renegociações de dívidas devido a perdas por seca.

Perspectivas Futuras e Conclusão

Durante a COP30, a CNSeg promoverá a “Casa do Seguro”, um espaço para discutir infraestrutura, finanças sustentáveis e agronegócio, com foco na interligação entre desenvolvimento e proteção. Oliveira acredita que a inclusão do tema seguros em documentos da COP30 é um avanço significativo, e o objetivo é garantir que o setor seja mencionado na declaração final do evento.

Fonte por: Poder 360

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