Sidney Oliveira encontra-se detido em SP

Sidney Aparecido de Oliveira, 71 anos, proprietário e fundador da Ultrafarma, foi preso na terça-feira (12.ago.20025) em São Paulo. A prisão ocorreu durante a operação Ícaro do MPSP (Ministério Público de São Paulo), que apura um esquema de corrupção envolvendo auditores fiscais da Sefaz-SP (Secretaria da Fazenda e Planejamento do Estado de São Paulo).

A operação do MPSP visa desmantelar uma organização criminosa que favorecia empresas do setor varejista por meio do pagamento de propinas. Além do empresário, foram presos um auditor fiscal estadual de alto escalão e o diretor estatutário do grupo Fast Shop, Mario Otávio Gomes.

Sidney Oliveira nasceu em Nova Olímpia, no interior do Paraná, onde cresceu com mais de 10 irmãs. Ele começou a trabalhar aos 9 anos em uma farmácia e foi alfabetizado pelo Mobral (Movimento Brasileiro de Alfabetização para Jovens e Adultos), programa desenvolvido por Paulo Freire.

A Ultrafarma surgiu em 2000, com a iniciativa do empresário, e, ao longo dos anos, consolidou-se como referência na comercialização de medicamentos genéricos no Brasil.

A empresa se estabeleceu no mercado do comércio eletrônico, com notável atuação na mídia, incluindo a presença do fundador em campanhas publicitárias. Em 2007, a rede recebeu o prêmio “Prêmio Top of Mind Internet” como a primeira marca de farmácia na internet.

Antes de fundar a Ultrafarma, Oliveira já havia construído uma rede de 12 farmácias no Paraná durante a década de 1980. A mudança no negócio ocorreu em 2000, após uma viagem ao exterior, quando ele implementou no Brasil o modelo de vendas por telefone e internet, tecnologia que ainda estava em fase inicial de desenvolvimento na época.

Recordo de ter grande compaixão ao observar indivíduos que não podiam adquirir medicamentos devido à falta de recursos. Pensava em auxiliar minha família, que também era bastante pobre, mas sobretudo desejava ajudar as pessoas a terem acesso a tratamentos e proporcionar conforto e qualidade de vida a essas famílias, declarou Oliveira em uma entrevista concedida em 2018 ao InfoMoney.

A Ultrafarma tornou-se a maior farmácia online do Brasil, apresentando um faturamento anual próximo de R$ 1 bilhão.

A operação.

As informações precisas sobre o envolvimento de cada detido no esquema ainda não foram divulgadas. A operação segue em curso, com agentes executando diversas buscas e apreensões em residências dos investigados e nas empresas sob investigação.

Os indivíduos podem ser responsabilizados pelos crimes de corrupção ativa e passiva, organização criminosa e lavagem de dinheiro.

A Secretaria da Fazenda de São Paulo informou que está à disposição das autoridades e colaborará com os desdobramentos da investigação do Ministério Público por meio de sua Corfisp (Corregedoria da Fiscalização Tributária).

A investigação do Gedec revelou um esquema que consistia na manipulação de processos administrativos visando à quitação de créditos tributários das empresas envolvidas.

A operação foi fruto de meses de trabalho investigativo, compreendendo análise documental, quebra de sigilos e interceptações autorizadas pelo Judiciário. Os procuradores constataram que o esquema teria movimentado aproximadamente R$ 1 bilhão em subornos a partir de 2021.

A Power360 contatou a Ultrafarma, a Fast Shop, Gedec e o MP por e-mail para solicitar uma declaração sobre a operação cara. Não houve resposta até a publicação desta reportagem. O texto será atualizado caso uma manifestação seja enviada a este jornal digital.

Segue a íntegra da nota da Sefaz-SP.

A Sefaz-SP (Secretaria da Fazenda e Planejamento do Estado de São Paulo) está à disposição das autoridades e colaborará com os desdobramentos da investigação do Ministério Público por meio de sua Corfisp (Corregedoria da Fiscalização Tributária). Como integrante do Cira-SP (Comitê Interinstitucional de Recuperação de Ativos) e diversos grupos especiais de apuração, a Sefaz-SP tem atuado em diversas frentes e operações no combate à sonegação fiscal, lavagem de dinheiro e ilícitos contra a ordem tributária, em conjunto com os órgãos que deram início à operação nesta data. Além disso, a Sefaz-SP informa que instaurou procedimento administrativo para apurar, com rigor, a conduta do servidor envolvido e que solicitou formalmente ao Ministério Público do Estado de São Paulo o compartilhamento de todas as informações pertinentes ao caso.

A administração fazendária reafirma seu compromisso com os valores éticos e a justiça fiscal, repudiando qualquer ato ou conduta ilícita, comprometendo-se com a apuração de desvios eventualmente praticados, nos estritos termos da lei, promovendo uma ampla revisão de processos, protocolos e normatização relacionados ao tema.

Fonte por: Poder 360