Silvinei Vasques: quem é o ex-diretor da PRF detido no Paraguai?
Ex-diretor-geral é detido em Assunção ao tentar embarcar para El Salvador com passaporte irregular após romper tornozeleira eletrônica.
Ex-diretor da PRF é preso no Paraguai
Silvinei Vasques, ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), foi detido na madrugada de sexta-feira (26) no Aeroporto Internacional Silvio Pettirossi, em Assunção, Paraguai. Ele tentava embarcar para El Salvador com um passaporte paraguaio autêntico, mas utilizando uma identidade falsa.
A prisão ocorreu menos de duas semanas após o Supremo Tribunal Federal (STF) condená-lo a mais de 24 anos de prisão por crimes relacionados a uma tentativa de golpe de Estado. Vasques havia rompido a tornozeleira eletrônica que usava em Santa Catarina e cruzado a fronteira de forma ilegal. Agora, ele aguarda os procedimentos de expulsão para ser entregue às autoridades brasileiras.
Perfil de Silvinei Vasques
Natural de Ivaiporã (PR), Silvinei Vasques, de 50 anos, possui uma carreira de quase 30 anos na PRF, onde ingressou em 1995. Ele é graduado em Economia, Direito, Segurança Pública e Administração, além de ter um doutorado em Direito. Ao longo de sua trajetória, ocupou cargos de liderança, incluindo superintendente em Santa Catarina e no Rio de Janeiro.
Em abril de 2021, durante o governo de Jair Bolsonaro, foi nomeado diretor-geral da PRF. Sua gestão foi marcada por um alinhamento político com o presidente e pela militarização da corporação. Ele se aposentou em dezembro de 2022, aos 47 anos, recebendo proventos integrais.
Recentemente, Vasques retornou à vida pública como Secretário de Desenvolvimento Econômico e Inovação da prefeitura de São José (SC), cargo que deixou pouco antes de sua condenação pelo STF.
Condenações e problemas legais
A trajetória de Vasques se deteriorou devido ao seu envolvimento nas eleições de 2022 e nos atos antidemocráticos que se seguiram. Ele foi acusado de usar a PRF para interferir no segundo turno das eleições presidenciais, ordenando operações de fiscalização na região Nordeste, onde Luiz Inácio Lula da Silva tinha forte apoio.
Em agosto de 2023, foi preso preventivamente na “Operação Constituição Cidadã”, sob suspeita de interferência nas eleições. Após um ano detido no Complexo da Papuda, em Brasília, foi liberado em agosto de 2024, mas passou a usar tornozeleira eletrônica e cumprir outras medidas cautelares.
Em agosto de 2025, o Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2) o condenou por improbidade administrativa, resultando em multa superior a R$ 500 mil e suspensão dos direitos políticos. No início deste mês, o STF o condenou a 24 anos e 6 meses de prisão por crimes relacionados à abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado, o que levou à sua exoneração da prefeitura e à tentativa de fuga do país.
Fonte por: Jovem Pan
Autor(a):
Redação
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