TCU autoriza governo Lula a focar no piso da meta fiscal após aval do Congresso
Corte de Contas determina que Executivo deve buscar centro da meta ao congelar gastos do Orçamento em setembro.
Decisão do TCU sobre meta fiscal do governo Lula
O Tribunal de Contas da União (TCU) decidiu, em reunião realizada na quarta-feira, 3, que o governo Lula não precisa mais se comprometer a atingir o centro da meta fiscal ao congelar despesas do Orçamento. Essa decisão ocorre após o Congresso ter aprovado uma alteração na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), permitindo que o governo busque apenas o piso da meta fiscal em 2025.
Alteração na LDO e suas implicações
A mudança na LDO autoriza o governo a focar no piso da meta fiscal, que representa um déficit de R$ 31 bilhões, ao invés de buscar o centro da meta. A meta fiscal deste ano é zerar o déficit das contas públicas, mas a nova interpretação do TCU permite uma maior flexibilidade nas despesas orçamentárias.
O entendimento do TCU é que a LDO serve como um guia para o congelamento de recursos, e a norma anual pode definir se o governo deve seguir o centro ou o piso da meta fiscal. Essa decisão foi um desdobramento de um entendimento anterior, onde o TCU havia afirmado que o governo deveria perseguir o centro da meta, considerando essa prática como incompatível com a Lei de Responsabilidade Fiscal.
Histórico e posicionamento dos ministros
No passado, o TCU já havia determinado que o governo deveria focar no centro da meta fiscal, mas a recente decisão do Congresso alterou esse cenário. Apesar disso, alguns ministros do TCU, como Jorge de Oliveira, expressaram preocupações sobre a legalidade de perseguir o piso antes da mudança legislativa, alertando que essa prática poderia ser considerada irregular.
A expectativa é que a nova LDO de 2026 também reforce essa permissão ao governo, embora ainda esteja em tramitação no Congresso. O ministro Walton Alencar Rodrigues destacou que, antes da alteração, o governo gastou de maneira ilegal, o que levanta questões sobre a responsabilidade fiscal.
Considerações finais sobre a gestão fiscal
O relator do caso, ministro Benjamin Zymler, enfatizou a importância de monitorar a trajetória da dívida pública, além de alertar sobre as contas públicas. Técnicos do TCU defendem que a discussão sobre o cumprimento da meta fiscal deve ser superada, focando em alertas mais amplos ao governo federal.
O vice-presidente do TCU, Jorge de Oliveira, fez uma comparação com o governo da ex-presidente Dilma Rousseff, mencionando irregularidades semelhantes em gestões passadas. Ele ressaltou que a LDO deve definir critérios claros sobre a limitação de empenho e movimentação financeira, sendo essencial que as regras sejam seguidas rigorosamente.
Fonte por: Estadao
Autor(a):
Redação
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