TCU identifica indícios de precipitação na liquidação do Banco Master
Ministro Jhonatan de Jesus questiona autarquia sobre soluções de mercado antes de medida extrema; autoridade monetária defende rigor técnico em fraude de R$ 12,…
TCU Exige Esclarecimentos do Banco Central sobre Liquidação do Banco Master
O Tribunal de Contas da União (TCU) solicitou que o Banco Central (BC) apresente, em até 72 horas, explicações detalhadas sobre a liquidação extrajudicial do Banco Master, que ocorreu em novembro. A decisão, tomada pelo ministro Jhonatan de Jesus, levanta questionamentos sobre a conduta da autoridade monetária, sugerindo que a medida pode ter sido precipitada, sem considerar alternativas que poderiam ter preservado a instituição sem impactar o Fundo Garantidor de Crédito (FGC).
O ministro requer que o BC forneça a fundamentação para a liquidação, a cronologia das ações tomadas e as razões para não ter optado por soluções menos drásticas. Um dos pontos críticos mencionados é a suposta rejeição de uma proposta de aquisição do Banco Master pelo Grupo Fictor, avaliada em R$ 3 bilhões, que ocorreu meses antes da intervenção.
Irregularidades e Suspeitas na Liquidação
O ministro Jhonatan de Jesus apontou indícios de “incoerência interna” e uma cronologia atípica, uma vez que a liquidação foi anunciada no mesmo dia em que a Polícia Federal prendeu o controlador do banco, Daniel Vorcaro, e outros executivos. O despacho sugere que houve demora na análise de reorganizações societárias, seguida de uma decisão abrupta, o que poderia indicar irregularidades administrativas.
Fraude Bilionária e Justificativas do Banco Central
A investigação do TCU contrasta com as apurações do Banco Central e da Polícia Federal, que fundamentaram a liquidação em evidências de um rombo de R$ 12,2 bilhões. As investigações revelaram que o Banco Master teria adquirido carteiras de crédito falsas da empresa Tirreno para simular liquidez e honrar vencimentos de Certificados de Depósito Bancário (CDBs), ocultando a real insolvência da instituição.
A liquidação afetou quatro empresas do conglomerado: Banco Master S.A., Banco Master de Investimentos S.A., Letsbank S.A. e Master S.A. Corretora de Câmbio e Valores Mobiliários. O BC justificou a decisão alegando que os problemas eram irreversíveis e que a administração violava normas regulatórias, expondo os credores a riscos severos.
Possíveis Medidas Cautelares e Supervisão
Além de exigir esclarecimentos, o ministro Jhonatan de Jesus indicou a possibilidade de adotar medidas cautelares no futuro. O objetivo seria impedir que o Banco Central autorize a venda ou transferência de ativos essenciais da massa liquidanda até que as dívidas sejam resolvidas. O TCU também considera impor supervisão rigorosa sobre o liquidante para garantir a preservação do patrimônio e o pagamento dos credores.
Fonte por: Jovem Pan
Autor(a):
Redação
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