Relatório do Tribunal de Contas aponta falhas na segurança do Louvre
Um relatório do Tribunal de Contas da França revela que a gestão do Museu do Louvre, entre 2018 e 2024, priorizou operações de grande visibilidade em detrimento de investimentos em segurança. A divulgação dos dados ocorre após o roubo das joias da Coroa, que expôs falhas significativas na proteção do acervo. Os ladrões utilizaram um caminhão com cesta elevatória para acessar uma janela da Galeria Apollo e conseguiram fugir em poucos minutos.
O Tribunal de Contas destaca que os investimentos em segurança eram essenciais para garantir a operação contínua do museu. O presidente do tribunal, Pierre Moscovici, enfatizou que o roubo é um alerta sobre a necessidade urgente de renovação dos equipamentos de segurança, que têm se mostrado insuficientes.
Investimentos em manutenção e restauração
Entre 2018 e 2024, o Louvre alocou 26,7 milhões de euros para manutenção e adequação às normas, além de 59,5 milhões de euros para restauração do palácio. Em contraste, 105,4 milhões de euros foram destinados à aquisição de obras e 63,5 milhões de euros para reformas nas instalações museográficas. O tribunal aponta um atraso significativo nos investimentos, considerando a crescente degradação do museu, que recebeu 9 milhões de visitantes em 2024, sendo 80% deles estrangeiros.
A ministra da Cultura, Rachida Dati, reconheceu a urgência das obras, mas não concordou totalmente com a análise sobre a política de aquisições do museu, que, segundo ela, contribui para o enriquecimento das coleções nacionais.
Resposta da direção do Louvre
A direção do Louvre afirmou que aceita a maioria das recomendações do Tribunal de Contas, mas acredita que a análise não considera várias ações já implementadas na área de segurança. A presidente do museu, Laurence des Cars, admitiu que o sistema de segurança por vídeo é insuficiente.
Reforma e prisões relacionadas ao roubo
O Tribunal de Contas também revisou o projeto de reforma do museu, que teve seu custo estimado elevado de 700-800 milhões de euros para 1,15 bilhão de euros. O tribunal considera que o valor ainda é baixo em relação às necessidades de reforma do estabelecimento. Uma reunião urgente do conselho de administração do Louvre está prevista para a próxima sexta-feira.
Na semana passada, quatro suspeitos do roubo foram presos, três deles identificados como parte da equipe que utilizou um elevador para acessar o museu. Eles enfrentarão acusações de roubo, organização criminosa e conspiração, enquanto as joias continuam desaparecidas.
Fonte por: Jovem Pan
