Trump acusa Venezuela de roubar petróleo dos EUA: entenda a polêmica

Republicano apresenta novo argumento sobre expropriações de ativos de empresas americanas em 2007

18/12/2025 17:20

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Donald Trump em Washington

Trump e a Acusação de Roubo de Petróleo da Venezuela

Recentemente, Donald Trump argumentou que a Venezuela teria se apropriado do petróleo dos Estados Unidos, justificando o cerco militar que seu governo impõe ao país sul-americano. Essa afirmação surpreendeu muitos, uma vez que a Venezuela possui a maior reserva comprovada de petróleo do mundo e, há décadas, acusa os EUA de tentarem se apropriar desse recurso.

Trump menciona as expropriações de ativos de empresas americanas que se retiraram da Venezuela em 2007, após a mudança na legislação do setor petrolífero do país. Na época, o então presidente Hugo Chávez implementou uma reforma que exigia que a petrolífera estatal PDVSA tivesse a maioria acionária nas joint ventures operando na Faixa do Orinoco, o maior campo de petróleo do mundo.

Contexto das Expropriações e Reações

Em 2006, Chávez promoveu uma reforma que levou empresas, incluindo a Chevron, a aceitarem condições que impunham controle estatal sobre as operações e aumento da carga tributária. No entanto, as gigantes americanas ConocoPhillips e Exxon Mobil não concordaram e tiveram seus ativos expropriados, resultando em processos de arbitragem internacional.

A Exxon Mobil reivindicou 10 bilhões de dólares devido à estatização, enquanto o Centro Internacional para a Arbitragem de Disputas sobre Investimentos determinou que a ConocoPhillips deveria receber 8,7 bilhões de dólares e a Exxon Mobil, 1,6 bilhões. A Venezuela ainda não pagou esses valores na totalidade.

Opiniões de Especialistas

Francisco Monaldi, diretor do Programa Latino-americano de Energia da Rice University, afirma que a alegação de que a Venezuela roubou petróleo dos EUA é infundada. Ele destaca que as empresas americanas e inglesas que atuavam no país antes da nacionalização em 1976 foram indenizadas. Monaldi explica que a Venezuela ainda deve valores referentes à expropriação de 2007, o que não equivale a roubo.

William Clavijo Vitto, analista venezuelano, complementa que a menção a um “roubo” não implica que o petróleo deixou de pertencer à Venezuela, mas sim que a quebra de contratos prejudicou empresas que investiram no país. Ele ressalta que a falta de estabilidade jurídica desincentiva novos investimentos no setor petrolífero.

Conclusão

A situação entre os EUA e a Venezuela continua tensa, com questões sobre propriedade e direitos de exploração de petróleo no centro do debate. As alegações de Trump refletem uma narrativa complexa que envolve interesses econômicos, políticos e históricos, e que ainda gera controvérsias e disputas legais.

Fonte por: CNN Brasil

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