Suspensão do Programa de Vistos de Diversidade nos EUA
A decisão do presidente Donald Trump de suspender o Programa de Vistos de Diversidade, popularmente conhecido como “loteria do green card“, representa uma mudança significativa na política migratória dos Estados Unidos. O anúncio ocorreu após a confirmação de que Claudio Manuel Neves Valente, responsável pelo ataque na Universidade Brown, obteve residência permanente no país em 2017 através desse programa. Segundo o Departamento de Segurança Interna, Valente não deveria ter recebido autorização para permanecer nos EUA.
Detalhes sobre o Programa de Vistos de Diversidade
Instituído pelo Congresso em 1990, o Programa de Vistos de Diversidade oferece até 55 mil green cards anualmente a cidadãos de países com baixa taxa de imigração para os Estados Unidos. A seleção é realizada por meio de um sorteio eletrônico, permitindo que os beneficiários incluam cônjuges e filhos menores de 21 anos. O programa não exige vínculos familiares ou ofertas de emprego, apenas escolaridade mínima ou experiência profissional básica.
A elegibilidade dos países varia a cada ano, com base em dados do Departamento de Estado. Países que enviaram mais de 50 mil imigrantes para os EUA nos últimos cinco anos são automaticamente excluídos. Recentemente, nações como Brasil, México, Índia, China, Nigéria, Filipinas, Colômbia e Venezuela ficaram de fora do programa devido ao alto fluxo migratório, enquanto regiões da África, Europa Oriental, Ásia Central e partes do Oriente Médio concentram a maioria dos vistos concedidos.
Interesse e Inscrições no Programa
Apesar da limitação de 55 mil vistos anuais, o número de interessados é significativamente maior. Nos últimos anos, mais de 15 a 20 milhões de pessoas se inscreveram anualmente, com cerca de 120 mil a 130 mil selecionados inicialmente, considerando desistências e reprovações durante o processo consular.
Críticas e Implicações da Suspensão
Para a administração Trump, o foco não é a imigração legal em si, mas a estrutura do programa. O presidente já havia defendido o fim do DV-1 em 2017, após um ataque em Nova York cometido por um imigrante que entrou no país através desse sistema. Trump argumenta que o sorteio ignora critérios de mérito e avaliação de risco.
A suspensão imediata do programa é apresentada como uma medida para corrigir falhas estruturais, com o caso da Universidade Brown sendo utilizado como evidência de que o sistema permite a entrada de indivíduos que podem representar uma ameaça à sociedade americana. Críticos, no entanto, afirmam que a violência não pode ser atribuída a um único mecanismo migratório e alertam sobre possíveis disputas judiciais, já que o programa foi criado por lei.
Conclusão sobre a Política Migratória de Trump
A suspensão do DV-1 não encerra o debate sobre imigração, mas evidencia a política migratória defendida por Trump: menos aleatoriedade e mais controle seletivo. Em um cenário político polarizado, a questão transcende a ideologia, tornando-se uma questão estrutural, com o caso da Universidade Brown destacando a urgência de uma revisão nas políticas de imigração.
Fonte por: Jovem Pan