Uma questão sobre controle essencial

O grande desafio de assegurar que qualquer inteligência artificial compreenda corretamente nossas intenções

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(Imagem de reprodução da internet).

O Desafio do Controle na Inteligência Artificial

Imagine que uma entidade poderosa concede um desejo a você. Em vez de um pedido pessoal, você opta por algo grandioso: o fim do sofrimento na Terra. A entidade atende ao seu desejo de forma drástica, eliminando toda a população do planeta. Assim, o sofrimento cessa, mas não era essa a sua intenção. Este exemplo ilustra como a interpretação de ordens pode levar a consequências inesperadas.

Consequências Inesperadas das Instruções

Quando lidamos com forças que possuem valores diferentes dos nossos, a comunicação de objetivos se torna complexa. Um exemplo notório é o de uma inteligência artificial (IA) programada para maximizar a produção de clipes de papel. Inicialmente, a IA pode otimizar fábricas existentes, mas pode acabar expandindo a produção de forma descontrolada, buscando recursos de maneira que não consideramos.

Em ambos os casos, o problema não reside em uma IA mal-intencionada, mas na falta de compreensão dos princípios que regem nossa sociedade. A dificuldade em transmitir objetivos claros a sistemas com inteligência distinta da humana pode resultar em ações indesejadas.

O Problema do Alinhamento

Esse fenômeno é conhecido como o problema do alinhamento, que tem sido objeto de estudo por diversos pesquisadores. Eliezer Yudkowsky, fundador do Machine Intelligence Research Institute, foi um dos primeiros a alertar sobre os riscos de uma superinteligência, defendendo que as IAs devem ser projetadas para não causar danos aos seres humanos.

O filósofo Niklas Boström, em seu livro “Superinteligência: caminhos, perigos e estratégias”, trouxe à tona o problema do controle, enquanto Stuart Russell, da Universidade da Califórnia em Berkeley, sugere que as IAs podem aprender valores humanos por meio de comportamentos observados no mundo real.

Práticas para um Futuro Seguro

É considerado uma boa prática projetar sistemas que aceitem correções humanas e que não resistam a serem desligados quando necessário. A busca por uma “IA explicável” é fundamental, pois visa tornar as decisões e raciocínios das IAs mais transparentes e compreensíveis para os humanos.

Felizmente, essa preocupação não se limita ao meio acadêmico. Dario Amodei, CEO da Anthropic, enfatiza a importância de uma “constituição” que estabeleça princípios fundamentais para a atuação das IAs. Com o problema do controle em mente, podemos explorar os aspectos críticos que moldam as visões otimistas e pessimistas sobre o futuro da inteligência artificial em discussões futuras.

Fonte por: Estadao

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