Alternativa Inovadora para Contraste em Ressonância Magnética
A ressonância magnética é um exame crucial para diagnósticos detalhados em diversas áreas da saúde, permitindo a identificação de lesões musculoesqueléticas, doenças neurológicas e tumores em órgãos abdominais e pélvicos. Para aprimorar a visualização dos resultados, médicos frequentemente recomendam o uso de contraste, que melhora a clareza das estruturas anatômicas e patológicas.
Atualmente, o contraste utilizado é à base de gadolínio, um composto que, se não metabolizado corretamente, pode ser tóxico e prejudicial à saúde, afetando o sistema imunológico e neurológico. Pesquisadores do Instituto de Química e da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da USP (Universidade de São Paulo) desenvolveram uma alternativa mais segura: o dióxido de titânio revestido com óxido de ferro.
Vantagens do Novo Composto
O gadolínio possui 7 elétrons desemparelhados, o que lhe confere propriedades magnéticas essenciais para a eficácia dos exames de ressonância. Em contrapartida, o óxido de ferro, utilizado na nova nanotecnologia, apresenta vantagens significativas. Segundo Koiti Araki, professor do Instituto de Química da USP, o ferro é um elemento essencial para o organismo humano e não provoca os mesmos problemas que o gadolínio, pois o corpo possui mecanismos para regular sua concentração.
Essa nova abordagem promete não apenas melhorar a segurança dos pacientes, mas também a eficácia dos exames, tornando-os mais confiáveis e menos prejudiciais.
Desafios e Perspectivas no Mercado
A busca por alternativas ao gadolínio não é recente. Desde o início das pesquisas, já existiam tentativas de utilizar óxido de ferro, mas os resultados não eram satisfatórios, resultando em um “contraste negativo”, onde as áreas com contraste apareciam mais escuras. Araki destaca que, após sete anos de experimentação, a equipe conseguiu desenvolver um material que gera um contraste positivo, superando os desafios anteriores.
Atualmente, a nanotecnologia desenvolvida está em fase de transferência para uma empresa e aguarda aprovação para entrar no mercado. O processo de validação de inovações na área médica, especialmente aquelas que requerem administração intravenosa, é longo e rigoroso, mas os pesquisadores estão otimistas quanto ao futuro dessa nova alternativa.
Conclusão
A pesquisa sobre o uso de óxido de ferro como contraste em ressonância magnética representa um avanço significativo na medicina, com potencial para melhorar a segurança dos pacientes e a qualidade dos diagnósticos. A continuidade dos estudos e a aprovação do novo composto podem transformar a prática clínica e beneficiar muitos pacientes no futuro.
Fonte por: Poder 360