Vídeo de indígena pintando rosto de executivos não foi filmado na COP-30

Protesto acontece em 2024 durante seminário sobre o projeto da Ferrogrão

24/11/2025 19:20

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(Imagem de reprodução da internet).

Desmistificando Informações sobre a COP-30

Recentemente, circulou nas redes sociais a informação de que um indígena teria pintado o rosto de estrangeiros durante a Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025 (COP-30), com alegações de que a imprensa teria ocultado o fato. No entanto, o Estadão Verifica investigou e concluiu que essa informação é enganosa.

Fatos sobre o Evento

As imagens que geraram a confusão não foram registradas durante a COP-30, mas sim em maio de 2024, em Santarém, Pará. O episódio ocorreu durante um Seminário Técnico que discutia o projeto da Ferrogrão, uma ferrovia que ligaria Sinop (MT) ao Porto de Miritituba (PA). As imagens se tornaram virais e foram amplamente noticiadas pela imprensa.

Protesto e Contexto

A cidade de Belém sediou a COP-30, que contou com a participação de diversos protestos de povos indígenas. Ao contrário do que foi divulgado, as manifestações foram cobertas pela mídia, e a cidade recebeu atenção internacional para discutir questões climáticas.

Origem das Imagens

O momento em que um indígena pinta o rosto de outros homens ocorreu em um seminário sobre a Ferrogrão, onde a liderança indígena Naldinho Kumaruara utilizou urucum para pintar os rostos de representantes do governo e de instituições que apoiavam o projeto. As imagens foram publicadas nas redes sociais e rapidamente se espalharam.

Impactos do Projeto da Ferrogrão

Os indígenas da região expressam preocupações sobre os impactos ambientais da Ferrogrão, que abriria uma área de 900 mil hectares entre o Mato Grosso e o Pará. Enquanto isso, representantes do agronegócio defendem que o projeto é crucial para o escoamento da produção agrícola.

Atualmente, o projeto da Ferrogrão, que prevê 933 quilômetros de extensão e um investimento de R$ 25,2 bilhões, está em julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF). Os estudos foram suspensos em 2021 devido a questões ambientais, e a Corte recentemente adiou o julgamento de uma norma que alterava os limites do Parque Nacional do Jamanxim para permitir a construção da ferrovia.

Fonte por: Estadao

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