Vinte e nove por cento dos jovens e adultos brasileiros apresentam analfabetismo funcional

A taxa já atingia 27% em 2015 e, em 2011, conforme o Inaf.

12/08/2025 4:34

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(Imagem de reprodução da internet).

Uma pesquisa do Inaf (Índice de Alfabetismo Funcional), uma iniciativa da Ação Educativa e do Instituto Paulo Montenegro, apontou que, em 2024, 29% da população brasileira entre 15 e 64 anos apresentava analfabetismo funcional (aproximadamente 40 milhões de pessoas). A taxa permaneceu estável desde 2018 e aumentou quando comparada aos 27% registrados em 2011 e 2015.

O Inaf define analfabeto funcional como a combinação de analfabetos e indivíduos com baixo nível de alfabetização. Pessoas analfabetas (7%, em 2024) não conseguem executar tarefas básicas que demandem a leitura de palavras e frases, mesmo que sejam capazes de ler números familiares, como os de telefone, endereços e preços. Adicionalmente, demonstram dificuldade em utilizar ferramentas digitais.

Já as pessoas com alfabetização rudimentar (22%) são capazes de localizar informações explícitas e literais em um texto simples, e conseguem resolver operações matemáticas elementares. Contudo, não conseguem realizar tarefas cotidianas que envolvam textos um pouco mais longos e complexos ou operações matemáticas mais elaboradas.

Série Histórica

Entre 2001 e 2002, observou-se uma diminuição no número de analfabetos no Brasil. Essa taxa apresentava valores entre 4% e 7%, com variações dentro da margem de erro.

Observou-se, inclusive, uma diminuição na proporção de indivíduos com nível rudimentar de alfabetização, que declinou de 27% entre 2001-2002 para um nível consolidado em torno de 20% a partir de 2009.

Contudo, a porcentagem de alfabetizados em nível proficiente — o grau mais elevado de alfabetização, conforme levantamento — permaneceu praticamente inalterada, variando de 8% a 12% ao longo da série histórica.

Renda e Raça

Em 2024, entre as pessoas analfabetas, 63% tinham renda familiar de até um salário mínimo e apenas 1,5% ganhava mais de cinco salários mínimos. Já entre os alfabetizados em nível rudimentar, 43% tinham renda de até um salário mínimo e 27%, de um a dois salários mínimos.

Em alfabetizados com nível proficiente, apenas 10% possuíam renda até o salário mínimo.

Adicionalmente, entre os não alfabetizados, 50% eram pardos, 13% eram negros ou pretos e 34%, brancos. Essa proporção é similar entre os alfabetizados em nível elementar: 50% eram pardos, 11% pretos ou negros e 36%, brancos.

Em relação à população alfabetizada com domínio, 51% eram brancos, 39% pardos e 8% negros ou pretos.

Faixa Etária

Apesar de a maioria das pessoas com analfabetismo funcional ter entre 50 e 64 anos – o que corresponde a 51% desse grupo etário –, 16% dos jovens entre 15 e 24 anos também se encontram nesse nível de alfabetização, com menos de 2% sendo considerados analfabetos.

A tabela apresenta o nível de analfabetismo no Brasil por faixas etárias, em 2024.

A incidência desse problema diminui conforme o nível de escolaridade dos indivíduos. Em jovens entre 15 e 24 anos que concluíram o Ensino Médio, a porcentagem de analfabetismo funcional reduz-se de 16% para 11%. Já em adultos com idade entre 50 e 64 anos e com o mesmo nível de escolaridade, essa proporção diminui de 51% para 25%.

Fonte por: Poder 360

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