“Viúva de homem morto no Carrefour revela dificuldade em ver a cena”
Milena Borges Alves e João Alberto Freitas estavam fazendo compras momentos antes do homicídio que completou cinco anos nesta quarta-feira (19).
Memórias da Tragédia no Carrefour
As lembranças dolorosas da noite de 19 de novembro de 2020 ainda marcam Milena Borges Alves. Ao chegar ao estacionamento do supermercado Carrefour, no bairro Passo D’Areia, em Porto Alegre, ela encontrou seu marido, João Alberto Freitas, ensanguentado e imobilizado por seguranças no chão. A cena foi devastadora e deixou Milena sem reação, lembrando que João pediu por ajuda em seus últimos momentos.
A morte de João Alberto, resultado de um espancamento, completou cinco anos nesta quarta-feira (19), mas o tribunal do júri que julgará os seis réus ainda não tem data marcada. A espera pela justiça continua, enquanto a dor da perda persiste na vida de Milena.
Impacto e Isolamento Após a Tragédia
Após a repercussão do caso, Milena viu sua vida mudar drasticamente. O que antes era uma rotina feliz ao lado de Beto, como era conhecido seu marido, se transformou em um período de isolamento e uso de medicamentos. Ela relata que boatos infundados começaram a circular, alegando que João havia cometido crimes, o que não condizia com a realidade mostrada pelas câmeras de segurança.
Milena expressa sua indignação com as mentiras que surgiram após a tragédia, afirmando que essas histórias tentaram manchar a imagem de João. O impacto emocional foi tão forte que ela se isolou do mundo, evitando notícias e mídias, o que dificultou ainda mais o seu processo de luto.
Reflexões sobre Racismo e Justiça
Recentemente, o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul rejeitou a qualificação do crime como racismo, uma decisão que contraria a posição da Polícia Civil e do Ministério Público. Milena acredita que a morte de seu marido não teria ocorrido se ele fosse branco, refletindo sobre as desigualdades raciais que persistem na sociedade.
Ela expressa sua esperança de que episódios de violência racial não se repitam, enfatizando que todos são seres humanos iguais, independentemente da cor da pele. A luta por justiça e igualdade continua sendo uma prioridade para Milena, que deseja um futuro sem discriminação.
Posicionamento do Grupo Carrefour
Em resposta à tragédia, o Grupo Carrefour afirmou que assumiu a responsabilidade de implementar mudanças estruturais para evitar que incidentes semelhantes ocorram no futuro. A empresa mencionou a reformulação do modelo de segurança, a assinatura de um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) com o Ministério Público e a adoção de uma política de tolerância zero em relação a condutas racistas, incluindo cláusulas contratuais para punir tais comportamentos.
Fonte por: CNN Brasil
Autor(a):
Redação
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