Pantanal enfrenta a seca mais intensa em 40 anos, revela MapBiomas

Superfície de água do bioma registra queda de 3% em 2024; planície pantaneira apresenta 61% da área alagada abaixo da média histórica.

12/11/2025 15:15

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(Imagem de reprodução da internet).

Pantanal Enfrenta a Maior Seca em 40 Anos

O Pantanal está passando pelo seu período mais seco em quatro décadas, conforme apontado por um levantamento do MapBiomas. Em 2024, a superfície de água do bioma apresentou uma redução de 3%, um dos menores índices desde o início da série histórica em 1985.

O relatório ‘Panorama da Superfície de Água no Brasil’, divulgado em abril de 2025, revela que 61% da superfície alagada do Pantanal está abaixo da média histórica. No ano passado, a área com água foi de apenas 365.678 hectares, uma das menores extensões já registradas.

Impactos da Seca no Bioma

Em comparação com o período de cheia de 2018, o Pantanal foi 52% mais seco em 2024. A superfície de água, que em 1985 cobria 24% do território, caiu para apenas 3% no ano passado. A seca também afetou o ciclo de inundação, e em 2024, o Pantanal não teve um período de cheia, com o rio Paraguai alcançando uma cota máxima de 1,50 metro, abaixo da cota de transbordamento de 4 metros.

O prolongamento da seca torna o bioma mais suscetível a queimadas. Em 2024, aproximadamente 2,2 milhões de hectares foram consumidos pelo fogo, tornando este ano o terceiro com maior número de focos de incêndio desde o início da série, superado apenas por 1999 e 2020.

Redução das Áreas Alagadas e Aumento da Vulnerabilidade

De acordo com o levantamento ‘Mapas anuais de cobertura e uso da terra no Brasil’, publicado em agosto de 2025, a frequência de áreas alagadas tem diminuído a cada década. Na década de 1980, cerca de 1,6 milhão de hectares permaneciam alagados, enquanto na última década esse número caiu para 460 mil hectares, uma redução de 75%.

Nos últimos 40 anos, o Brasil perdeu 12% das áreas úmidas, totalizando cerca de 4,6 milhões de hectares de florestas alagáveis, campos pantanosos e mangues. A perda de vegetação natural e a expansão das áreas de pastagem e mineração têm aumentado a vulnerabilidade do bioma.

Expansão da Pecuária e Mineração

Entre 1985 e 2024, a área destinada à pastagem quadruplicou, passando de aproximadamente 570 mil hectares para 2,3 milhões de hectares. A mineração também se destacou como a atividade que mais cresceu proporcionalmente na última década, com um aumento de 60% na área ocupada.

Entre 1985 e 2004, o bioma já havia perdido mais de 1 milhão de hectares de vegetação nativa, especialmente de formações savânicas e florestais, que foram substituídas por áreas de pecuária extensiva. A diminuição das cheias naturais favoreceu o adensamento lenhoso, alterando o regime de incêndios e a biodiversidade local.

Fonte por: Poder 360

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