Xi Jinping considera o Brasil e a China como exemplos no Sul Global
O presidente declara que trabalhará em prol da autossuficiência e manifesta apoio ao governo brasileiro na garantia da soberania nacional.
O presidente da China, Xi Jinping (Partido Comunista Chinês), declarou na segunda-feira (11.ago.2025) que buscará colaborar com o Brasil para que ambos sirvam de modelo de unidade e autossuficiência entre as nações do Sul Global. Ele manifestou apoio ao país na defesa da soberania nacional, em referência às tarifas aplicadas pelos Estados Unidos.
As declarações foram feitas em uma conversa telefônica com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), conforme informações da agência de notícias estatal chinesa Xinhua.
Xi declarou que é preciso aproveitar oportunidades, intensificar a coordenação e obter resultados de cooperação mais vantajosos. A agência informou que o líder chinês afirmou que a Ásia está ao lado do Brasil na defesa de seus direitos e interesses legítimos, instando todas as nações a se unirem na luta contra o unilateralismo e o protecionismo.
O presidente chinês afirmou que os dois países podem “demonstrar solidariedade e autossuficiência entre as principais potências do Sul Global na criação de um mundo mais justo e um planeta mais sustentável”.
A ligação telefônica foi solicitada por Lula. O presidente brasileiro manifestou elogios ao país pela sua adesão ao multilateralismo, em apoio às regras do comércio livre e pelo seu papel nos temas internacionais.
Xi Jinping afirmou que a relação entre China e Brasil encontra-se no melhor momento histórico.
Brasil e China formalizaram um acordo que segue acordos anteriores de 2024 e maio de 2025, nos quais os países se comprometeram a alinhar suas estratégias de desenvolvimento. O memorando foi publicado na segunda-feira (11.ago) no DOU (Diário Oficial da União).
Os chefes de Estado discutiram a guerra comercial instaurada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (Partido Republicano).
Também foi discutido o requerimento do parlamentar republicano para que a China aumentasse em quatro vezes a compra de soja produzida nos Estados Unidos. A China é o principal parceiro comercial do Brasil e a safra é um dos principais produtos brasileiros exportados para a região asiática.
Trump anunciou na segunda-feira (11.ago) a extensão do cessar-fogo comercial com a China por mais 90 dias. A extensão foi anunciada um dia antes do prazo anterior estabelecido pelo chefe da Casa Branca expirar. A nova data é 9 de novembro.
Tarifa X BRICS
O aumento para 50% das tarifas aplicadas pelos Estados Unidos ao Brasil foi comunicado por Trump logo após a conclusão da cúpula de líderes do Brics, grupo que inicialmente compreendia Brasil, Rússia, Índia e China, além da África do Sul. O encontro ocorreu no Rio em 6 e 7 de julho. O anúncio de Trump foi feito em 9 de julho.
Recentemente, Lula conversou por telefone com o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, em 7 de agosto, e com o presidente da Rússia, Vladimir Putin, em 9 de agosto.
Na reunião com Modi, ele e Lula propuseram elevar o comércio bilateral para além de 20 bilhões de dólares até 2030. Os dois também discutiram as plataformas de pagamento virtual de seus países: o Pix (alvo dos americanos) e o sistema indiano UPI. A Índia se juntou ao Brasil na lista dos únicos países que receberam tarifas de 50% durante a tarifação.
Já com Putin, Lula comentou sobre a guerra na Ucrânia e o BRICS. De acordo com o Palácio do Planalto, o líder russo compartilhou informações sobre negociações em andamento com os Estados Unidos. Putin se reunirá com Trump no Alasca em 15 de agosto para discutir um possível acordo de cessar-fogo no leste europeu.
Fonte por: Poder 360
Autor(a):
Redação
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